Tradicões * Canção/Canto de Natal tradicional português - "Natal de Linhares", "Alegrem-se os Céus e a Terra" ou "Entrai, pastores, entrai"
História e 3 versões
"Natal de Linhares", "Alegrem-se os Céus e a Terra" ou "Entrai, pastores, entrai" é uma canção de Natal tradicional portuguesa originária da região da Beira Baixa mas que se espalhou rapidamente por toda a região Centro.
Versão de Linhares
Alegrem-se os Céus e a Terra
Cantemos com alegria,
Que é nascido o Deus Menino
Filho da Virgem Maria.
Entrai, pastores, entrai,
Por esse portal sagrado,
Vinde ver o Deus Menino
Numas palhinhas deitado.
Ó meu Menino Jesus
Ó minha tão bela flor
Que Sendes tão pequenino
Sendo tão alto Senhor.
Ó meu Menino Jesus
Convosco é que estou bem.
Nada deste mundo quero
Nada me parece bem.
Versão de Tortosendo e Cova da Beira
Alegre-se o Céu e a Terra,
Cantemos com alegria,
Que já nasceu o Menino,
Filho da Virgem Maria.
Oh! Meu Menino Jesus
Convosco é que estou bem!
Nada deste mundo quero,
Nada me parece Bem.
Nossa Senhora é rosa,
Seu filho um lindo cravo,
São José o jardineiro
Daquele jardim sagrado.
Entrai, pastores, entrai,
Por esse portal sagrado,
Vinde adorar o Menino,
Numas palhinhas deitado.
Versão de Pedro Fernandes Tomás
Alegrem-se os Céus e a Terra
Cantemos com alegria
Que nasceu o Deus Menino
Filho da Virgem Maria.
Entrai, entrai, ó pastores
Por esse portal sagrado;
Vinde adorar o Menino
Numas palhinhas deitado.
Ó meu Menino Jesus
Ó meu lindo amor perfeito,
Se Vós tendes frio, vinde
Abrigar-Vos no meu peito.
Ó meu Menino Jesus
Convosco é que eu estou bem,
Nada deste mundo quero,
Nada me parece bem.
A noite é escura, cerrada,
Brilham já astros no céu;
Vinde adorar, ó pastores,
O Redentor que nasceu.
Colhei florinhas no campo
Trazei-Lhe prendas d'amor
Vinde cantar o Bem-vindo
Ao divino Redentor.
Florinhas num peito fino
Ó meu Jesus, não as há
Dizei-me, bem adorado
Que prenda Vos agradará
Só tenho pra of'recer-Vos
Uma alma que Vos quer bem;
É a melhor prenda que tenho
Não quero amar mais ninguém.
História
"Alegrem-se os Céus e a Terra" foi composta, segundo o musicólogo português Mário de Sampayo Ribeiro, por um autor anónimo do século XVIII na região da Beira Baixa.
Contudo, espalhou-se por toda a Região Centro através da sua publicação no livro Manual das Filhas de Maria, da associação católica do mesmo nome.
Tornou-se bastante popular e foi, durante vários anos, a principal canção presente na celebração do Natal nas igrejas beirãs. Esse seu estatuto fez com que vários autores portugueses na primeira metade do século XX a tenham coligido e publicado:
1919: uma versão da "Beira Baixa" por Pedro Fernandes Tomás;
1921: uma versão de Envendos por Francisco Serrano;
1927: uma versão de Tortosendo e Cova da Beira por Jaime Lopes Dias;
1935: uma versão da "Beira Baixa" por Francisca Ferreira Martins;
1938: uma versão da Malpica do Tejo por J. Diogo Correia.
Corria o ano de 1939 quando Mário de Sampayo Ribeiro chamou a atenção, pela primeira vez, para a versão cantada em Linhares do concelho de Celorico da Beira
O arranjo que fez desta recolha nessa pequena freguesia, tecnicamente já fora da área geográfica da Beira Baixa, tornou a canção conhecida a nível nacional com a designação "Natal de Linhares".
Harmonizações
Das várias harmonizações que recebeu esta célebre melodia natalícia destacam-se:
"Natal de Linhares" (para SATB) por Mário de Sampayo Ribeiro
"Alegrem-se os Céus e a Terra" por César Batalha (1988)
"Alegrem-se os Céus e a Terra" (para solista, orquestra e coro) por Fernando Lapa (1995)
"Alegrem-se os Céus e a Terra" (para coro a cappella) por Fernando Lapa (1998)
Créditos:
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Natal_de_Linhares
Video: Youtube