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Tico & Teco à conversa
Miluem, tens andado armada em carapau de corrida a falar da Tradição do Pão por Deus e até puseste uns versos para ajudar os iniciados na Arte da Pedinchice, mas quando eras pequena, encaravas a tradição de outra forma.
Ajudavas a fazer o bolinho porque eras obrigada, achavas que dava muito trabalho e levava muito tempo a fazer (eras uma pessoa muito ocupada, com muitos afazeres…) mas quando se tratava de comer a massa crua e de os comeres quando saiam do forno quentinhos, os afazeres iam todos para as couves!
No dia 1 de Novembro, nem era preciso dizerem-te que eram horas de levantar, nesse dia o colchão tinha picos.
Logo cedinho com a saca do pão (de pano e de retalhos, pois está claro!) pendurada no braço ias ter com os miúdos da vizinhança ao local previamente combinado, já não eram amadores, tinham uma rota e sistema!
Começavam cedo a bater às portas com a cantilena do costume,
Ó Tia, dá Bolinho?
Ó Tio, dá Bolinho?
Nas casas onde sabiam que as pessoas não davam bolinho, divertiam-se a bater à porta e a fugir, depois ficavam a rir e a espreitar as pessoas a virem à porta ainda em pijama.
Lembras-te das Estaladas de Amor? Algumas foram porque as pessoas te viram e contaram aos teus pais …
Miluem, como criança que eras, não entendias que uma Tradição, não é a mesma coisa que uma Obrigação.
As pessoas não eram obrigadas a darem-te bolinhos, além disso existem pessoas que não tinham e continuam a não ter, possibilidades para gastar dinheiro em coisas extra.
Pelo facto de ser Tradição, não quer dizer que as pessoas gostem ou concordem com ela.
Se as pessoas não gostam e não concordam com certas tradições nós temos que respeitar a postura delas da mesma forma que gostamos que elas nos respeitem.
Agora já adulta consegues refletir sobre coisas que em criança não conseguias, sabes porquê?
Nós (Tico & Teco) amadurecemos.
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Para esta semana, o tema é:
Escreve uma carta para a criança que foste