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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

08.05.22

««Tradições »» “Fod@ à Monção” - História e Receita

Monção, Viana do Castelo

Miluem

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“Fod@ à Monção”

 

Com longa história, tão antiga que nem consegue ser datada, o Cordeiro à Moda de Monção, mais conhecido por “Fod@ à Monção”, deve o seu peculiar nome a uma tradição antiga do povo monçanense. Um povo com caráter afável, folião e bem-disposto.

Reza-se que, “Os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, dirigiam-se às feiras para comprar o animal. E, como em todas as feiras, havia de tudo, bons e maus. A verdade é que, os produtores de gado, quando os levavam para a feira, queriam vendê-los pelo melhor preço e, para que parecessem gordos, punham-lhes sal na forragem, o que os obrigava a beber muita água. Na feira, apareciam com uma barriga cheia de água e pesados, parecendo realmente gordos. Os incautos, que não sabiam da manha, compravam aqueles autênticos “sacos de água” e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira do Minho: “Que grande fod@!”.

O termo tanto se popularizou que o prato passou a designar-se, por estas bandas, como "fod@". De tal modo que, é frequente, pelas alturas festivas, como a Páscoa, ouvir dizer: “Ó Maria, já meteste a fod@?”.

 

Créditos:

Fonte: https://concelho.moncao.pt/pt/1072/“foda-a-moncao”.aspx

Foto: https://bloguedominho.blogs.sapo.pt/cordeiro-a-moda-de-moncao-e-porque-o-13272211

 

foda-moncao-2.jpg

Receita

 

Ingredientes:

cabrito

açafrão

 

Para o tempero :

vinagre q.b.

pimenta q.b.

sal q.b.

alho bem socado q.b.

salsa bem picada

cebola bem picada

 

Para o arroz:

galinha

naco de presunto

carne de vaca

2 kg de arroz

açafrão

chouriço

salsa e azeitonas

 

Preparação:

Mata-se o cabrito e pendura-se na adega e enquanto quente (depois de limpo), lava-se muito bem com água e sal, deixando-o assim para o dia seguinte. Logo de manhã dá-se um banho com o seguinte molho: uma porção de vinagre, sal q.b., pimenta q.b., alho bem socado q.b., salsa bem picada, cebola bem picada….

Mistura-se tudo e com esta papa esfrega-se muito bem o cabrito (que deve estar pendurado conforme indicamos acima), por dentro e por fora, repete-se este banho por 3 ou 4 vezes. No dia seguinte, tira-se do sítio e coloca-se numa travessa, e limpa-se o cabrito com um pano para lhe tirar alguma cebola e restantes, do molho que em geral fica por dentro.

Num pouco de água de cozer carnes (que abaixo indicamos para fazer o arroz), misturamos uma carteirinha de açafrão e barra-se o cabrito, muito bem barrado e espetam-se bocados de presunto e tiras de toucinho e vai ao forno.

 

Calda para o arroz

Cozemos galinha caseira, um bom pedaço de presunto (não muito gordo) e carne de vaca. Para 2 kg de arroz são 4 litros de calda e põe-se na calda uma saquinha de açafrão, um ramo de salsa e umas rodas de cebola. Põe-se o arroz no alguidar, com a calda bem quente a cozer no forno, com o cabrito por cima do alguidar assente numas varas de loureiro.

Visitem Monção e provem... esta é uma das receitas que não dá para "copiar"

 

Créditos: 

Fonte: https://pecadosgula.blogspot.com/2014/04/foda-moncao.html

Foto: https://ominho.pt/este-e-o-mes-da-foda-a-moncao/

05.05.22

Mealhada, Aveiro @ Lendas de Portugal -Pedra da sesta

Miluem

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Pedra da sesta

 

Todos os anos no dia 19 de Março, que é a data em que ainda hoje é festejado o S. José, na aldeia os trabalhadores rurais juntavam-se em volta do terreiro da capela, onde jazia enterrada uma grande pedra, ainda hoje escondida nas traseiras do lado nascente da ermida, designada por “pedra da sesta”.

Ali exumavam a pedra, com grande esforço, compensado pela ingestão de intermitentes goladas de vinho tinto da região, numa cerimónia alegre que designavam por “desenterrar a sesta”.

A partir dessa altura, começava a sesta, ou seja, os trabalhadores passavam a ter direito a duas horas de descanso à hora do almoço (então designado por “jantar”), quando, até aí, era apenas de uma hora, enquanto que a sesta para os lugares vizinhos apenas começava uma semana depois.

No dia 8 de Setembro seguinte, dia em que acabava a sesta

– ou seja a partir daí até 19 de Março seguinte, os trabalhadores passavam a ter apenas direito a uma hora de descanso

– eram os patrões que se encarregavam de enterrar novamente a pedra, por serem eles os beneficiados, repetindo-se todos os anos a tradição, que deixou de ser praticada há cerca de cinquenta anos.

 

Créditos:

Fonte: http://mealhadaventosadobairroeantes.pt/lendas/

Foto: https://m.facebook.com/municipiomealhadacomunicacao/

03.05.22

S. Bento da Porta Aberta @ Lendas de Portugal

Rio Caldo, Terras de Bouro, Braga

Miluem

S. Bento da Porta Aberta

 

Os habitantes de Cossourado nem queriam acreditar no que viam! O Santo que haviam colocado na capela recentemente inaugurada, o Patriarca S. Bento, apareceu no dia seguinte em cima de uma árvore do recinto, apesar da porta ter ficado fechada toda a noite, e ainda o permanecer naquela altura!

Imediatamente foram chamar pelo reverendo pároco, mesmo antes de colocar uma escada para descer o santo de lugar tão arejado. Apareceram todas as pessoas do lugar para ver o sucedido. Aquilo era obra de algum malandro! Só não entendiam o facto do dito meliante não ter roubado a imagem, pois era de grande valor. Seria uma brincadeira de mau gosto? Quem é que teria a chave da porta, para a abrir e tornar a fechar? Uma certeza tinham: o autor de tal obra não era homem de grande fé ou respeito!

Depois de descerem o pobre do S. Bento do altar improvisado, de o terem recolocado no altar principal, que era seu por direito de padroado, todos se ajoelharam para desagravar o ultraje. E lá foram aos seus afazeres, comentando o triste episódio, não sem antes terem mudado a fechadura da porta, a terem fechado a quatro voltas de chave e conferido a segurança da mesma.

Mas a surpresa e indignação desse dia passou para a estupefação e maravilhamento no dia seguinte. Não é que apesar de todos os cuidados do dia anterior, o Santo Padroeiro estava outra vez no cimo da árvore? Depois de terem conferido que a porta ainda se encontrava fechada, e que a chave não tinha sido roubada, não encontravam explicação para o sucedido! Aquilo já dava a entender que era coisa do outro mundo! Mas o que é que podiam fazer? O S. Bento ali estava, e parecia que satisfeito! Não havia outro remédio senão voltar a colocá-lo no seu devido lugar.

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Acontece que a mesma cena se foi repetindo com o passar dos dias! A notícia de tão estranho acontecimento já atraía multidões a Cossourado, sem que os pobres dos habitantes da terra soubessem o que deveriam fazer. Aquilo assim não podia continuar! Estaria o Santo zangado com o povo, não querendo ficar na capela que haviam construído para ele com tão grande sacrifício, preferindo a árvore que dava sombra ao largo? Estavam eles na discussão das razões das saídas do santo, quando alguém reparou que talvez fosse por a capela ter pouca luz ou a porta não deixar entrar o ar, por ser toda fechada, ou ainda porque não permitia ao Santo dar uma olhadela a quem passava no caminho. Um outro acrescentou que, de facto, a porta era demasiado fechada, não deixando até que os devotos, quando por ali passavam, olhassem para o Santo a pedir algum favor!

Por muito tempo discutiram sobre o assunto, até que resolveram mandar fazer uma porta gradeada para a capela, e que fosse bastante aberta, apesar de impedir a entrada de qualquer animal, para que não faltasse o respeito devido. Feita a dita porta e colocada nos umbrais da capela, esperaram pelo dia seguinte para ver qual a reação de S. Bento.

Nesse dia, logo de madrugada, acorreram todos à capela, e qual não foi o seu espanto ao verificar que, de facto, o Santo, pela primeira vez, havia permanecido no belo altar que lhe haviam dedicado!

Conta-se que a partir daquele dia o Santo nunca mais saiu e, por isso, deram à capela e ao local o nome de “S. Bento da Porta Aberta”.

 

Créditos:

Fonte:

https://www.altominho.pt/pt/viver/lendas-e-tradi%C3%A7%C3%B5es/s-bento-da-porta-aberta

Fotos:

https://www.sbento.pt/pt/hp/santuario/

https://bismula.wordpress.com/2013/09/02/216-figuras-do-meu-tempo-s-bento-da-porta-aberta/08

01.05.22

Vila Nova do Ceira, Góis, Coimbra @ Lendas de Portugal - Lenda das duas Rosas

Miluem

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Lenda das duas Rosas

 

Diz-nos outra lenda, que o estreito do Cabril separava dois reinos: o Mouro e o Cristão.

O mouro chamado Al-Kandar na margem esquerda do rio Ceira, ou seja Candosa, e o Cristão na margem direita.

Diz a lenda que a linda princesa se enamorou do filho do rei cristão ao ponto de se apaixonarem, mas a rivalidade dos pais não permitia tal coisa. Porém ás escondidas numa gruta que ainda hoje existe, marcavam encontros à noite. O sinal seria uma lamparina acesa que era vista da outra margem pelo príncipe cristão, que por sua vez passava o rio para o outro lado ao encontro da sua amada.

Mas uma noite o rei mouro deu pela falta da filha e logo mandou os guardas com cavalos à procura da princesa. Ao ouvirem o trote dos cavalos os jovens enamorados tentaram fugir, mas na fuga precipitada, caíram ao rio. Só no dia seguinte foram encontrados mortos e abraçados como a quererem dizer que queriam ficar juntos para sempre e que o seu amor seria mais forte que a rivalidade dos pais.

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A partir desse dia, dizem que todas a noites de lua cheia, à meia-noite, se ouvem vozes e murmúrios, no local da tragédia, e se vêem duas rosas a boiar nas águas do rio. Daí se chamar a “Lenda das duas Rosas”.

 

José Rodrigues (de Salpicos da minha Aldeia, 2005)

 

Créditos:

Fonte: https://www.freguesiadevilanovadoceira.pt/lendas-e-tradicoes

Fotos: 

https://www.1zoom.me/en/wallpaper/517135/z4800.5/

https://aldeiasdoxisto.pt/poi/5595

28.04.22

Terena, Alandroal, Évora @ Lendas de Portugal - Igreja da Fonte Santa 

Miluem

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Igreja da Fonte Santa 

 

Nos princípios da construção da igreja de Nossa Senhora da Fonte Santa, que seria para ser construída no alto de uma colina, as ferramentas deixadas pelos pedreiros de um dia para outro iriam aparecer sempre no local onde é hoje a igreja.

A massa para os trabalhos endurecia muito rapidamente e começou por jorrar uma fonte em direção à ribeira de Lucefécit. Por estas razões, construíram então a igreja no local atual.

 

Créditos:

Fonte: https://www.cm-alandroal.pt/visitante/patrimonio/lendas-e-tradicoes/

Foto: https://www.impulsiveaddiction.com/alandroal-o-que-visitar/

26.04.22

Óbidos, Leiria @ Lendas de Portugal - Lenda da morte dos opositores do Vau

Miluem

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Lenda da morte dos opositores do Vau

 

Quando o Infante D. Pedro submeteu ao cardeal-patriarca D. Tomás de Almeida a pretensão de que fosse constituída a paróquia do Vau, foi grande a oposição pelos que de alguma forma estavam interessados em que o Vau mantivesse a ligação à Amoreira.

Dos opositores destacou-se o cura da Amoreira, padre João Teixeira Monteiro, que ao receber do patriarcado a nota de que, as contrariedades interpostas nada proferindo, estava a paróquia definitivamente ereta, adoeceu de pesar, e de tal modo que faleceu dentro de dias.

Os outros dois principais opositores, o padre Arsénio Caetano e o canteiro Manuel Pereira (de Sobral da Lagoa), morreram também pouco depois.

O padre Arsénio Caetano ao deslocar-se de barco a Vau, para efetuar, por desgosto, a venda de tudo o que aqui possuía, terá morrido afogado quando a embarcação se virou.

E o canteiro Manuel Pereira terá morrido por ao ridicularizar a nova paróquia e os paroquianos, numa romaria, terá sido ferido tendo morrido a fim de três dias, tendo sido ele a estrear o cemitério da nova freguesia e o primeiro indivíduo que o pároco do Vau aí sacramentou.

O povo viu nestas três mortes o castigo das chicanas e tricas urdidas por eles contra a ereção do Vau em paróquia.

 

Créditos:

Fonte: https://freguesiavau.com/Lendas

Foto: https://obidosdiario.com/2017/08/01/vau-em-festa-em-honra-de-na-sa-do-bom-sucesso/

24.04.22

Santa Maria, Açores @ Lendas de Portugal - Lenda da Donzela Encantada

Miluem

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Lenda da Donzela Encantada da ilha de Santa Maria

 

A história passa-se no lugar de Valverde, junto a uma caudalosa ribeira onde em tempos idos as mulheres do campo costumavam ir lavar as roupas.

Uma lavadeira, que estava com muito serviço, ficou sozinha fora de horas a lavar roupas até quase ao crepúsculo.

Conforme iam terminando o seu serviço, as outras mulheres tinham ido embora sem que ela se apercebesse.

Concentrada no trabalho, a lavadeira cantarolava algumas melodias, e o som da água a correr não a deixou ouvir ao princípio os murmúrios de uma voz de mulher que se lastimava a um canto da ribeira.

Durante um intervalo para descansar, a lavadeira apercebeu que uma mulher gemia e chorava baixinho, pedindo socorro.

Aproximou-se do lugar e viu uma moça muito formosa, parecida com um anjo e vestida de um branco translúcido, meia oculta nas hortênsias.

A lavadeira perguntou-lhe por que parecia tão infeliz, ao que esta terá respondido que se encontrava encantada por uma fada má.

Só lhe era permitido aparecer naquele local de sete em sete anos, por alturas do pôr-do-sol, na esperança de encontrar um jovem que a quisesse namorar.

No entanto, só depois de quebrado o encanto é que lhe podia dizer quem era.

Pouco depois de dizer isto, desapareceu nas sombras e nos ruídos silêncios da água corrente.

Quando a lavadeira contou este acontecimento na sua aldeia, muitos não acreditaram nela, outros acreditaram.

Sete anos depois, foram vários os rapazes de Valverde, que ao pôr-do-sol foram sentar-se nas margens da ribeira, na esperança de ver a moça encantada. No entanto, ela nunca mais apareceu.

 

Créditos:

Fonte: Wikipédia/Ilha de Santa Maria

Foto: https://www.guiadacidade.pt/en/destino/poigf/18572

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