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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

30.03.22

Figueira de Castelo Rodrigo, Guarda @ Lendas de Portugal - Lenda da Marofa

Miluem

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Lenda da Marofa

 

Em Espanha fora decretada a expulsão dos Judeus e Castelo Rodrigo foi uma das cinco regiões destinadas pelo nosso rei para se instalarem.

Entre os refugiados vinha um de nome Zacuto, muito rico, que se instalou nas encostas de Castelo Rodrigo.

Viúvo, vivia acompanhado pela única filha, Ofa, a quem fez herdeira de toda a fortuna.

Por essa razão, começaram a chamar àquelas terras, a serra da judia Ofa.

Luís, jovem fidalgo que vivia em Cinco Vilas, soube do acontecimento, e sentiu desejo de conhecer a bela judia, herdeira de tão avultada fortuna.

Quando se encontraram, os dois jovens sentiram-se de imediato atraídos um pelo outro, nascendo entre eles um desejo ardente de unirem as suas vidas.

Pouco tempo depois, o rei de Portugal, D. Manuel I, ordenou a expulsão do Reino de todos os judeus que se não convertessem ao cristianismo.

Para grande alegria de Luís, o velho judeu e a filha acataram a decisão real.

Sempre que a mãe ou os amigos lhe perguntavam onde ia, o fidalgo de Cinco Vilas, enchia o peito de alegria e respondia:

“Vou a amar Ofa”, ou “Vou ver o meu amor Ofa”.

Diz a tradição que a serra passou a ser conhecida por serra da Marofa na inocente imitação da resposta do Luís.

 

Créditos:

Fonte: https://aldeiashistoricasdeportugal.com/local/lenda-da-marofa/

Foto: https://cm-fcr.pt/residir-2/localidades/figueira-de-castelo-rodrigo/#next

29.03.22

Sanfins, Valpaços, Vila Real @ Lendas de Portugal - Água Santa

Miluem

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Água Santa

 

Regressava a casa, depois de um dia de trabalho, um habitante de Sanfins.

E quando passava perto de uma fraga no lugar do Hortigal, onde existia uma nascente de água e se preparava para matigar a sua sede. Viu a imagem de uma belíssima senhora, com os cabelos cor de ouro. 

Sendo portador de uma doença nos olhos e pensado tratar-se de uma de Nª Senhora da Conceição, logo o senhor pediu a Nª Senhora que o cura-se da sua doença. 

Esta mandou-lhe lavar os olhos com água da nascente, e a partir de esse momento ficou curado da sua doença. 

Quando chegou à povoação disse a toda a gente que tinha visto e falado Com Nª Senhora e que ela o tinha curado. 

Mas como ele era uma pessoa simples e pobre, as pessoas da aldeia não acreditaram. 

Como não acreditaram nele, dirigiu-se novamente à nascente e pediu a Nª Senhora que lhe desse um objecto para ele poder provar a sua aparição. 

Então Nª Senhora ofereceu-lhe uma Penhora. 

Quando chegou à povoação mostrou a valiosíssima penhora e finalmente os habitantes de Sanfins acreditaram na aparição de Nª Senhora e a nascente passou a chamar-se Água Santa. 

Desde esse momento sempre que uma pessoa adoecia, os familiares iam buscar água à nascente da Água Santa, e lavavam o doente com essa água. 

O padre de Sanfins em conjunto com os habitantes da povoação pensaram em construir uma capelinha em honra de Nª Senhora, para esse efeito ainda se mandou fazer uma imagem de Nª Senhora da Conceição. 

Esta imagem foi vendida mais tarde em conjunto com outras imagens de santos, porque devido a divergências quanto ao local da construção da capelinha esta nunca foi construída. 

A Penhora diz-se que foi enviada para a Cidade do Porto e não mais foi devolvida.

Uns anos mais tarde o proprietário do terreno onde se encontra a nascente, fez um tanque para onde encaminhou a água da nascente, e nesse momento a nascente secou, e só voltou a nascer água quando esta deixou de ser encaminhada para o referido tanque.

 

Créditos:

Fonte: https://sites.google.com/site/sanfinsvlp/Home

Foto: https://valpacos.pt/pages/534

28.03.22

««Tradições »» Jogo dos Cinco cantinhos

Miluem

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Jogo dos Cinco cantinhos

 

Material: Desenhar cinco cantinhos no chão

Terreno: Qualquer terreno livre

Número de participantes: Seis jogadores

Objectivo: Trocar de lugares sem perder o lugar para aquele que está no meio.

 

Desenvolvimento: 

Cinco jogadores metem-se nos cinco cantinhos que foram desenhados no chão e fica um a pedir lume ao meio.

Se dissermos que não ele vai a outro pedir, se dissermos que sim ele vai para o nosso cantinho e esse que disse que sim vai para o meio pedir lume. 

Enquanto ele vai pedir lume os outros trocam de lugar entre si, mas o do meio tenta ver se consegue apanhar o lugar de algum que se distraia.

 

Créditos:

Fonte: https://cerco8c.blogs.sapo.pt/

Foto: https://sites.google.com/site/jogostradicionaisepopulares/home/jogos-populares-infantis/jogo-dos-cinco-cantinhos

27.03.22

Barcelos, Braga @ Lendas de Portugal - Lenda do Frade e o Passarinho

Miluem

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Lenda do Frade e o Passarinho

 

Reza a tradição que :

“... Em tempos muito afastados aconteceu de um frade, enquanto rezava o ofício no coro, Ter a sua atenção despertada pelo seguinte versículo da Salmodia : «« Mil anos à vista de Deus são como o dia de ontem que já passou »». Não entendia o frade o significado, pelo que, no fim orou com mais fervor a Deus para que lhe fizesse entender. Saindo do coro e ao passar no claustro do convento, ouviu o canto de um passarinho que o fez parar.

Em breve aquela avezinha se mudou, pelo que o monge a seguiu na esperança de a poder ouvir por mais um tempo, os seus aprazíveis cantos. Já um pouco afastado, perdeu de vista a ave que o encantara, facto que lhe causou muita tristeza e exclamou «« Óh passarinho da minha alma, que tão belo e tão breve foi o teu cantar !»».

Em seguida regressou ao convento, porém reparou que a porta já não era no mesmo sítio. Achou tudo demasiado diferente e, ao bater, até o guardião do convento lhe parecia extremamente diferente:

- Quem bate e o que deseja, perguntou-lhe o Guardião?

- Responde o Frade « Um irmão e humilde frade deste convento.

- Como, se cá não falta ninguém - respondeu o guardião.

- Falta sim ainda à nadinha saí no encalço de um passarinho, cujo o canto eu quis ouvir. Segui-o até à orla da mata e, tão logo se calou, me tornei ao convento. Como pois não me conheceis?! É verdade também não vos conheço !!

Foi o porteiro chamar o D. Abade a quem narrara, intrigado o caso. Este não se surpreendeu menos e postos a desvendar o mistério, consultando livros e registos, deles constava o desaparecimento de um frade, mas sobre o qual já haviam passado 300 anos. Nunca mais dele houvera rastos ou noticias. Foi então que por mais diligências, concluíram. Ter sido aquele para quem miraculosamente trezentos anos se passaram num momento. Assim ele compreendeu que para deus não há diferença de tempo.

 

Créditos:

Fonte: https://www.cm-barcelos.pt/visitar/lendas-de-barcelos/

Foto: https://feomg.com.br/sanhaco-frade/

26.03.22

Ilha do Pico, Açores @ Lendas de Portugal - A barrica de vinho e a promessa do Espírito Santo

Miluem

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A barrica de vinho e a promessa do Espírito Santo

 

Há muitos anos atrás na ilha do Pico, em todas as freguesias, havia grande devoção ao Espírito Santo e as pessoas faziam-lhe muitas promessas quando estavam aflitas ou agradecidas. Não eram ricos, mas viviam, na sua maioria, do que lhes davam as terras. Tinham de trabalhar durante anos para poder pagar o açúcar e a farinha para o pão doce e o das sopas, porque a carne e o vinho eram produto da sua lavra.

Carne não comiam senão pelo Natal, Páscoa e Espírito Santo e era de galinha, mas engordavam um boi três ou quatro anos para que no dia do gasto houvesse abundância.

Guardavam sempre uma barrica do melhor vinho, mas, quando o ano era mau, havia que comprá-lo e o dinheiro escasseava.

Uma vez, um homem de S. Caetano tinha prometido dar um gasto ao Senhor Espírito Santo naquele ano. Mas o tempo foi mau, nasceram poucas uvas, muitas perderam-se ou não se desenvolveram e, quando chegou ao tempo da vindima, o homem não conseguiu sequer encher um cesto com cachos que, para cúmulo, eram raquíticos e pouco sumarentos.

Ficou muito preocupado e aqueles dias de vindima não tiveram a alegria habitual porque não teria vinho para dar às pessoas no dia do jantar e não tinha dinheiro para o comprar.

 Mesmo assim esmagou as uvas com todo o cuidado, deixou-as fermentar e pôs o mosto no fundo da barrica.

Passados dias, quando estava em casa a jantar, um vizinho chamou-o da rua e disse-lhe:

 — Ó compadre, vai à adega que tens uma barrica a derramar. Passei por lá e cheirava poderes cá fora a vinho.

O homem ficou muito admirado, não acreditou, pois só tinha posto vinho numa barrica e esta nem meia tinha ficado. Era impossível que estivesse a deitar por fora, a não ser que, por qualquer razão, estivesse a vazar.

Levantou-se e foi logo para a adega, e ia a tremer como varas verdes, pensando que se calhar o pouco vinho que tinha lá já estava no chão e ia encontrar a barrica vazia.

Quando chegou, sentiu realmente cheiro a vinho e, ao abrir a porta, ficou espantado com o que viu. A barrica estava a botar por fora.

Ficou muito satisfeito por ter abundância de vinho para pagar a sua promessa. Como tava com os bofes a sair pela boca fora, sentou-se e bebeu logo ali uma teladeira de vinho do que Nosso Senhor lhe tinha deparado. Dizia, depois, a todos que tinha sido um milagre do Senhor Espírito Santo.

 

Source: FURTADO-BRUM, Ângela Açores: Lendas e outras histórias Ponta Delgada, Ribeiro & Caravana editores, 1999 , p.222-223

Place of collection: São Caetano, MADALENA, ILHA DO PICO (AÇORES)

Narrative – When: 20 Century, 90s – Belief: Unsure / Uncommitted

 

Créditos:

Fonte: CeAO Centro de Estudos Ataíde Oliveira / Lendarium.org

Foto: https://www.noticiasaominuto.com/pais/1744718/ilha-do-pico-vai-ser-a-capital-gastronomica-dos-acores

25.03.22

Romance de 10 meninas casadoiras @ Lenga-lengas da cultura portuguesa

Miluem

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Romance de 10 meninas casadoiras

 

São 10 meninas e sobre elas chove

Mas chega um bombeiro e ficam só 9.

São 9 meninas comendo biscoitos

Mas chega um padeiro e ficam só 8.

São 8 meninas fazendo uma omolete

Mas chega um guloso e ficam só 7.

São 7 meninas pintando papéis

Mas chega um pintor e ficam só 6.

São 6 meninas à volta de um brinco

Mas chega o ourives e ficam só 5.

São 5 meninas que vão ao teatro

Mas chega um actor e ficam só 4.

São 4 meninas falando francês

Mas chega um estrangeiro e ficam só 3.

São 3 meninas guardando ovelhas

Mas chega um pastor e ficam só 2.

São 2 meninas nadando na espuma

Mas chega um barqueiro e fica só 1.

É uma menina a apanhar caruma

Mas chega um leão, não fica nenhuma

 

Créditos:

Fonte: https://www.angelfire.com/80s/traquinas/Links/lengalengas.htm

Foto: Pintrest

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