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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

28.02.22

««Tradições »» Serração da Velha @ Alcobaça e Vestiaria, Leiria

Quarta-feira de Cinzas

Miluem

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Serração da Velha

 

Esta é uma antiquíssima tradição que subsiste em muito poucas localidades Portuguesas (e em algumas também no Brasil) tem as suas origens muito provavelmente em cultos pagãos da Idade Média.

 

Consiste na encenação do julgamento e condenação à morte de uma velha. Podemos dizer que se trata de uma revista de tipo burlesco.

Esta tradição com uma forte componente de crítica social e tem a particularidade de ser interpretada apenas por homens.

 

Realiza-se tradicionalmente durante a Quaresma, mais precisamente na quarta-feira de Cinzas e, à semelhança de outras tradições do Norte de Portugal como o “Enterro do Bacalhau” e a “Queima do Judas” têm provavelmente origens comuns, assentando na mudança de estação do Inverno para a Primavera, simbolizando a luta do dia e da noite, da luz e das trevas ou a morte do Inverno.

 

Sabe-se que no passado o ritual consistia num desfile pelas ruas em que se transportava num carro de bois um cortiço (onde supostamente a velha seria serrada) e um grande boneco simbolizando a velha.

As gentes acompanhavam o cortejo e iam cantando:

"Serra a velha, Serra a Velha..."

e pelo caminho interpretavam-se alguns quadro humorísticos.

 

Desnecessário será dizer que enquanto decorria a brincadeira nenhuma velha aparecia na rua e nem sequer assomava à janela.

Sucedia que às vezes a velha era “gaiteira” e não se limitava a ouvir, saía à rua e respondia às diatribes dos rapazes.

Aí o espetáculo ganhava outra vida mas, não raras vezes, os rapazes abandonavam o local vencidos por não terem argumentos para o discurso jocoso e às vezes picante da velha.

 

Noutras ocasiões, os moços deparavam-se com uma daquelas velhas bravas de que nos fala Fernão Lopes:

que “barafusta, grita, atira pedras, insulta, despeja água e às vezes porcarias...”.

Quando isso acontecia, era a debandada total.

E iam então pregar a outra freguesia.

 

A "Serração da Velha" foi ao longo dos tempos sendo adulterada pelos povos e, hoje em dia, as poucas localidades que mantêm esta tradição, apresentam uma grande disparidade na forma e conteúdo deste ritual.

 

Há quem afirme, no entanto, que a Vestiaria tem sabido manter esta tradição muito próximo da forma como se realizava no passado, sendo por isso uma das mais genuínas do país, embora tenha deixado de ser interpretada na rua (porta a porta) como foi no passado.

A Vestiaria orgulha-se de possuir atualmente uma comissão responsável por manter esta tradição e de zelar para que os textos e cantares associados a esta tradição se mantenham inalterados.

 

Créditos:

Fonte: http://www.jf-alcobacaevestiaria.pt

Foto: https://www.calendarios.info/serracao-velha-tradicoes-quaresma/

27.02.22

Belmonte, Castelo Branco @ Lendas de Portugal - Lenda dos Cabrais

Miluem

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Lenda dos Cabrais

 

Conta-se que um pastor da zona da Serra da Estrela, ouviu em sonhos três noites seguidas;

“Vai a Belém e lá encontrarás o teu bem.”

Partiu, e quando chegou a Belém, passaram três dias e não encontrava o seu bem.

Tomou o caminho de regresso e encontrou um almocreve.

O pastor contou-lhe o que se tinha passado, ao que o almocreve respondeu que também tinha sonhado uma coisa parecida; que no sítio de Belmonte, debaixo da penha onde uma cabra amarela e a sua cria, se encontrava uma cabra e um cabrito de ouro.

O pastor quando chegou a Belmonte removeu um barraco, onde encontrou uma cabra e um cabrito de ouro. Decidiu ir entregar uma das peças ao Rei, dizendo-lhe que tinha uma cabra ou um cabrito para lhe oferecer, qual deles ele preferia.

O monarca disse que queria o cabrito, que sempre era mais tenro. O pastor ofereceu-lhe o cabrito, ao ver que era de ouro, o Rei disse que se soubesse que era de ouro, tinha escolhido a cabra. O pastor ofereceu-lhe também a cabra, contando como tinha encontrado essas oferendas.

Como recompensa, o Rei disse ao pastor que subisse ao monte onde encontrou o tesouro, e que lhe oferecia todas as terras que percorresse a cavalo num dia, desde aí”.

Assim se formou o poderio dos Cabrais, e assim se explicam as duas cabras passantes do seu brasão.

 

Créditos:

Fonte: https://aldeiashistoricasdeportugal.com/local/lenda-dos-cabrais/

Foto: https://turismodocentro.pt/concelho/belmonte/

26.02.22

O que é o Carnaval e a origem desta celebração

Miluem

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O que é o Carnaval e a origem desta celebração

 

Carnaval ou Entrudo são os três dias de festas que precedem a quarta-feira de cinzas. 

Carnaval é uma palavra que tem origem no latim "carna vale" e que significa dizer "adeus à carne". 

Nas suas origens, o Carnaval está relacionado com determinados rituais de fecundidade da terra, que eram organizados na passagem de ano e no início da primavera.

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Os bailes de máscaras foram criados na França, por volta do século XVII, mas rapidamente ficaram populares noutros países europeus.

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Durante o Renascimento, as festas carnavalescas atingiram uma grande popularidade, principalmente na Itália, em Roma e Veneza, onde continua a acontecer um dos mais importantes carnavais do mundo.

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De referir, ainda, que o Carnaval é celebrado 40 dias antes da Páscoa, desde o século XI e que este período é chamado pela Igreja Católica de Quaresma, que preserva quarenta dias de jejum, com abstinência de carne.

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O carnaval ocorre durante os três dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas.

A terça-feira de carnaval é chamada popularmente de “Terça-feira gorda” ou "Mardi Gras", como dizem os franceses.

A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia Quaresma, no calendário católico e as cinzas que se recebem neste dia são um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a transitória e frágil vida humana.

A quarta-feira de cinzas ocorre quarenta dias antes da Páscoa, sem contar os domingos, ou quarenta e seis dias, contando os domingos. 

O seu lugar no calendário varia, de ano para ano, dependendo da data da Páscoa. 

A data pode variar do começo de fevereiro até a segunda semana de março.

 

Créditos:

Fonte:

https://www.vozdaplanicie.pt/noticias/o-que-e-o-carnaval-e-a-origem-desta-celebracao

Fotos:

https://www.cm-montalegre.pt/pages/823?news_id=909

https://peregrinacultural.wordpress.com/2012/02/09/fevereiro-que-venham-os-bailes-de-mascaras-ii/amp/

http://italiaperamore.com/historia-e-curiosidades-carnaval-veneza/

https://diarioatual.com/cerca-de-1000-folioes-passaram-pelo-carnaval-de-pitoes-das-junias/

https://www.feelingportugal.com/carnaval-portugal-e-o-tradicional/amp/

26.02.22

Palavras Escondidas = Serras de Portugal II

lazer + conhecimento

Miluem

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Serras de Portugal

 

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SOÃJOBRUMANS
TOMAGARDUNHA

 

Serra d' ___

  • Alvão
  • Amarela
  • Barroso
  • Bigorne
  • Devassa
  • Gardunha
  • Gerês
  • Larouco
  • Montemuro
  • Montemuro
  • Montesinho
  • Nogueira
  • Peneda
  • Portel
  • Soajo

 

Créditos:

Fonte: Wikipédia + conhecimento pessoal

Foto:

Biblioteca Nacional Digital

Mapa escolar de Portugal continental / coordenado pelo Inspector Escolar Augusto Ladeiro, sócio efectivo, nº 15950, da Sociedade de Geografia de Lisboa. - 8ª Edição correcta e actualizada. - Escala 1:500000. - Porto : Porto Editora, 1970. - 1 mapa : color. ; 130,00x88,50 cm - Cota do exemplar digitalizado: cc-394-r

Cópia pública - https://purl.pt/37796

Resolução =  https://fotos.web.sapo.io/i/Bd3178446/22247011_fHv9C.jpeg

26.02.22

««Tradições »» A Morte e os Diabos @ Vinhais, Bragança

Quarta-feira de Cinzas em Vinhais

Miluem

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A Quaresma assinala um período de respeito e penitência, trazidos à lembrança dos habitantes de Vinhais pelas tenebrosas figuras da Morte o do Diabo que, na Quarta-feira de Cinzas, percorrem as ruas da vila sequiosas de almas pecadoras.

Os diabos perseguem e capturam os humanos que, desafiando o poder sobrenatural daqueles, se atrevem a sair à rua, purificando-os com acutilantes cinturadas e apresentando-os perante a Morte que, empunhando uma gadanha de forma ameaçadora, os obriga, de joelhos, a recitar umas estranhas ladainhas semi-pagãs, impondo temor e lembrando que pode chegar a qualquer altura ceifando-lhes a vida a seu bel-prazer.

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"Padre-nosso, caldo grosso, carne gorda não tem osso, rilha-o tu que eu não posso.

Salve rainha, mata a galinha, põe-na a cozer, dá cá a borracha que quero beber.

Creio em Deus, padre todo-poderoso, o filho do rei criou um raposo."

 

Trata-se de uma tradição secular e única em Portugal, cujas origens permanecem desconhecidas havendo, no entanto, diferentes interpretações que a situam nas celebrações dos Lupercais romanos, nas procissões da Quarta-feira de Cinzas, na Idade Média, ou mesmo por influência dos franciscanos do Convento de São Francisco de Vinhais, durante os séc. XVIII e XIX.

Perfeitamente enraizada nas tradições vinhaenses, em cada ano revivida com toda a genuinidade de outrora e preservada com todo o carinho e respeito pela identidade cultural deste povo serrano, a Quarta-feira de Cinzas vem provar que Vinhais é mesmo "uma terra dos Diabos".

 

Créditos:

Fonte: https://www.cm-vinhais.pt/pages/139

Fotos:

https://museudamascara.cm-braganca.pt/pages/150

http://www.rotaterrafria.com/pages/330/?geo_article_id=8127

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