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As coisas de que eu gosto! e as outras...

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14.12.21

««Tradições de Natal - Lapinha: o Presépio Madeirense

Miluem

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Lapinha: o Presépio Madeirense

 

Por: José Lemos Silva

 

De uma maneira geral, na tradição madeirense existem dois géneros de presépios (também conhecidos por lapinhas): a escadinha e a rochinha.
A escadinha reproduz de certa maneira o altar onde o Menino é enaltecido no cimo do último degrau. Alvitra-se que foi introduzido no arquipélago por colonos algarvios ou por religiosos franciscanos (?), que foram os precursores do culto do Presépio. A tradição da escadinha é habitual no Algarve e nos Açores. Nestas regiões, este tipo de presépio é conhecido por altarinho. Para além do actual espaço geográfico português, a mesma tradição é ainda hoje usada nos países que falam a língua portuguesa, designadamente no Brasil.

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A rochinha, inspirada na orografia madeirense, onde a Natividade é representada numa lapa ou gruta, "rodeada" de lombos, lombadas, vales e quedas de água, "povoada" por um casario disperso onde caminhos e veredas orientam as figuras (Reis Magos, pastores e ovelhas), para o "centro" da devoção do acto natalício, onde o Menino placidamente descansa no berço junto à manjedoura, amparado pelo olhar atento dos Pais. Toda esta ambiência, recorda o cenário concebido por São Francisco de Assis em 1223, segundo os cronistas, que em vez de comemorar a véspera de Natal nas igrejas, como era costume, fê-lo na floresta de Greccio, local para onde mandou transportar uma manjedoura, um boi e um burro, para melhor aclarar o cerimonial aos devotos. Poderemos nos atrever a dizer que a rochinha é “mais madeirense” que a escadinha.

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Do vocábulo lapa (gruta), provém a designação de lapinha ao presépio madeirense, e igualmente, designa alguns topónimos madeirenses, como por exemplo, a Ribeira da Lapa (próximo do Curral das Freiras) ou a Lapa da Cadela (próximo do Pico Ruivo). Com a mesma destreza popular, os madeirenses denominaram os dois tipos de presépios (a escadinha e a rochinha) por lapinhas. Era comum nas visitas natalícias aos familiares e amigos, ouvirmos o seguinte "convite verbal": – Venham ver a minha lapinha! De facto, por aquilo que nos recordamos de outros tempos, muitas vezes a lapinha poderia ser uma escadinha ou uma rochinha! Por outro lado, denominar gruta por lapa, não é exclusivo da Madeira. O mesmo vocábulo é usado no território continental português, igualmente constituindo-se em topónimo, como por exemplo em Coimbra (Lapa dos Esteios) ou em Arronches, Portalegre (Lapa dos Gaivões), entre outros locais.

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No Arquipélago da Madeira, as suas gentes comemoram as festas do Natal desde o dia do Nascimento de Jesus até ao dia de Reis.

O Natal madeirense é mais conhecido por " A FESTA".

 

Créditos:

Fonte: http://madeira-gentes-lugares.blogspot.com/2009/12/lapinha-o-presepio-madeirense.html?m=1

Fotos: 

http://www.somosmadeira.com/2016/12/os-segredos-da-lapinha-madeirense.html?m=1

https://frommadeiratomars.com/pt/5-nativity-scenes-of-christmas-in-madeira-youll-love/

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Lapinha_-_Madeira_2009.jpg

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Escadinha_from_Madeira.jpg

14.12.21

««Tradições de Natal - Presépio de lapinha dos Açores

Miluem

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A construção dos presépios de “lapinha” é uma arte cultural secular dos Açores, em específico da ilha de São Miguel.

A sua feitura é cada vez mais comum, fruto dos vários workshops criados para esse mesmo efeito.

O número de pessoas que os produzem tem aumentado ano após ano e a presença de um presépio de lapinha é quase “obrigatória” nesta época natalícia.
Os presépios de lapinha são autênticos presépios em miniatura e remontam ao século XVI.

Surgiram pela primeira vez na ilha de São Miguel devido à fixação da Ordem dos Franciscanos.

Desde então que fazem parte da identidade cultural do povo micaelense.

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Nasce pela primeira vez da mão das freiras desses conventos religiosos da Ordem dos Franciscanos e estas decoravam os presépios literalmente com os elementos que “tinham à mão”.

Pequenas conhas, flores artificiais, penas, escamas de peixe, musgo seco, papel, algodão e pequenas figuras de barro para representar a Sagrada Família.
A figura e o tema central dos presépios é, desde sempre, a Sagrada Família e o nascimento do Menino Jesus.

Outros dos temas adicionais dos presépios são a representação da vida quotidiana, tais como as matanças do porco, as procissões e as romarias.

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A gruta abriga a Sagrada Família e em torno dela organizam-se todos os outros elementos.

O presépio foi sofrendo ao longo dos tempos algumas melhorias e novas técnicas de construção, e acabaram por ficar muito conhecidos.

As figuras de barro eram produzidas por artesões locais – os bonecreiros – que modelavam a matéria bruta até formar as pequenas peças, as quais eram pintadas à mão.

As fábricas de barro depois deram conta do recado.

O barro era cozido, vidrado e pintado, já a partir da 2ª metade do século XIX, e assim deu-se o aperfeiçoamento dos bonecos de presépio – passaram a ser produzidos segundo uma técnica de molde.

A escultura dessas peças figurativas sempre esteve intimamente associada à tradição de natal de montar o presépio.

As flores artificiais usadas no presépio eram também produzidas pelas freiras da Ordem dos Franciscanos, são conhecidas por “flores de freiras”.

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Os presépios de lapinha são uma peça delicada, e por isso são resguardados no interior de uma redoma ou até mesmo em pequenas caixas de vidro para serem facilmente expostos e o seu recheio ser facilmente apreciado por qualquer um.

O presépio de lapinha é o 14º produto que integra a lista da Marca Açores e foi certificado pelo Governo Regional dos Açores como uma peça do “Artesanato dos Açores”.

 

Créditos:

 

Fonte:

https://pt.azoresguide.net/os-tradicionais-presepios-de-lapinha/
Fotos:

http://artesanato.azores.gov.pt/artesanato/presepios-de-lapinha/

https://7maravilhas.pt/portfolio/presepio-de-lapinha/

http://artesanato.azores.gov.pt/artesanato/presepios-de-lapinha/

https://www.allfromazores.pt/lapinha-o-delicado-presepio-micaelense