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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

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08.12.21

Mesa de Natal • Doces • As Filhoses Espichadas da Beira Baixa

Miluem

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As Filhoses Espichadas da Beira Baixa

 

Asua confeção é habitual no Natal, mas também na Páscoa e noutros momentos festivos. A sua origem não deixa dúvidas: é a Beira Baixa.

De ingredientes humildes, e de fácil acesso: aguardante, azeite, laranja, ovos e farinha são os principais; a que se junta os "importados" açúcar e canela. 

 

Sugestão de receita

 

Por cada quilograma de farinha de trigo com fermento, junte:

6 ovos,

100g manteiga (evite a margarina),

2 colheres de sopa de azeite (espesso; não virgem extra),

2 colheres de sopa de aguardente,

uma laranja,

e 2 colheres de sopa açúcar branco.

 

Há quem não use tradicionalmente a aguardente; há quem não recorra à laranja.

 

Forma ou modo de preparação

 

  • Dissolva o fermento e um pouco de sal juntando um pouco de água morna. Peneire a farinha.
  • Num recipiente abra uma cova no meio da farinha e junte-lhe o azeite aquecido com a manteiga.
  • Amasse os ingredientes entre as mãos, esticando-os e encolhendo-os.
  • Quando obtiver um aspecto esfarelado, passe os ovos ainda com a casca por água quente junte-lhe os ovos e o fermento.
  • Os ovos devem-se juntar em grupos de dois para garantir que se dissolvem bem.
  • Amassa-se o "bolo" juntando-lhe o sumo de laranja aquecido e a aguardente.
  • Estas filhoses levam cerca 30 minutos a amassar.
  • Posteriormente, polvilha-se a massa com farinha, e tapa-se muito bem o alguidar com um pano grosso pesado (antigamente usavam um cobertor) e coloca-se a levedar até quatro horas.
  • Depois de levedada, a massa deve ser esticada em pedaços e frita em azeite bem quente.

A filhó ficará mais fina no centro e mais grossa nos bordos.

 

Créditos:

Fonte:

https://on-centro.pt/index.php/pt/gastronomia/item/1951-as-filhoses-espichadas-da-beira-baixa

 

08.12.21

Tradicões * Canção/Canto de Natal tradicional português - "Natal de Linhares", "Alegrem-se os Céus e a Terra" ou "Entrai, pastores, entrai"

História e 3 versões

Miluem

 

"Natal de Linhares", "Alegrem-se os Céus e a Terra" ou "Entrai, pastores, entrai" é uma canção de Natal tradicional portuguesa originária da região da Beira Baixa mas que se espalhou rapidamente por toda a região Centro.

 

Versão de Linhares

Alegrem-se os Céus e a Terra
Cantemos com alegria,
Que é nascido o Deus Menino
Filho da Virgem Maria.

Entrai, pastores, entrai,
Por esse portal sagrado,
Vinde ver o Deus Menino
Numas palhinhas deitado.

Ó meu Menino Jesus
Ó minha tão bela flor
Que Sendes tão pequenino
Sendo tão alto Senhor.

Ó meu Menino Jesus
Convosco é que estou bem.
Nada deste mundo quero
Nada me parece bem.

 

 

Versão de Tortosendo e Cova da Beira

 

Alegre-se o Céu e a Terra,
Cantemos com alegria,
Que já nasceu o Menino,
Filho da Virgem Maria.

Oh! Meu Menino Jesus
Convosco é que estou bem!
Nada deste mundo quero,
Nada me parece Bem.

Nossa Senhora é rosa,
Seu filho um lindo cravo,
São José o jardineiro
Daquele jardim sagrado.

Entrai, pastores, entrai,
Por esse portal sagrado,
Vinde adorar o Menino,
Numas palhinhas deitado.

 

 

Versão de Pedro Fernandes Tomás

 

Alegrem-se os Céus e a Terra
Cantemos com alegria
Que nasceu o Deus Menino
Filho da Virgem Maria.

Entrai, entrai, ó pastores
Por esse portal sagrado;
Vinde adorar o Menino
Numas palhinhas deitado.

Ó meu Menino Jesus
Ó meu lindo amor perfeito,
Se Vós tendes frio, vinde
Abrigar-Vos no meu peito.

Ó meu Menino Jesus
Convosco é que eu estou bem,
Nada deste mundo quero,
Nada me parece bem.

A noite é escura, cerrada,
Brilham já astros no céu;
Vinde adorar, ó pastores,
O Redentor que nasceu.

Colhei florinhas no campo
Trazei-Lhe prendas d'amor
Vinde cantar o Bem-vindo
Ao divino Redentor.

Florinhas num peito fino
Ó meu Jesus, não as há
Dizei-me, bem adorado
Que prenda Vos agradará

Só tenho pra of'recer-Vos
Uma alma que Vos quer bem;
É a melhor prenda que tenho
Não quero amar mais ninguém.

 

 

História

"Alegrem-se os Céus e a Terra" foi composta, segundo o musicólogo português Mário de Sampayo Ribeiro, por um autor anónimo do século XVIII na região da Beira Baixa.

Contudo, espalhou-se por toda a Região Centro através da sua publicação no livro Manual das Filhas de Maria, da associação católica do mesmo nome.

Tornou-se bastante popular e foi, durante vários anos, a principal canção presente na celebração do Natal nas igrejas beirãs. Esse seu estatuto fez com que vários autores portugueses na primeira metade do século XX a tenham coligido e publicado:

 

    1919: uma versão da "Beira Baixa" por Pedro Fernandes Tomás;

    1921: uma versão de Envendos por Francisco Serrano;

    1927: uma versão de Tortosendo e Cova da Beira por Jaime Lopes Dias;

    1935: uma versão da "Beira Baixa" por Francisca Ferreira Martins;

    1938: uma versão da Malpica do Tejo por J. Diogo Correia.

 

Corria o ano de 1939 quando Mário de Sampayo Ribeiro chamou a atenção, pela primeira vez, para a versão cantada em Linhares do concelho de Celorico da Beira

O arranjo que fez desta recolha nessa pequena freguesia, tecnicamente já fora da área geográfica da Beira Baixa, tornou a canção conhecida a nível nacional com a designação "Natal de Linhares".

 

Harmonizações

Das várias harmonizações que recebeu esta célebre melodia natalícia destacam-se:

    "Natal de Linhares" (para SATB) por Mário de Sampayo Ribeiro

    "Alegrem-se os Céus e a Terra" por César Batalha (1988)

    "Alegrem-se os Céus e a Terra" (para solista, orquestra e coro) por Fernando Lapa (1995)

    "Alegrem-se os Céus e a Terra" (para coro a cappella) por Fernando Lapa (1998)

 

Créditos:

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Natal_de_Linhares

Video: Youtube