Hortência lilás
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Os Combates da Travanca
Desde o ano de 1640– logo após a restauração da independência de Portugal face a Espanha –as terras do Alto Minho foram palco de grande instabilidade.
Filipe, o rei espanhol, não se conformou com a vitória de D. João IV em Lisboa e realizou inúmeras investidas por esta região, ora com o objetivo de arranjar partidários para a sua causa, ora cercando as praças fortes minhotas que se lhe opunham.
Neste contexto, diz-nos a lenda que, no dia 9 de Agosto de 1662, os espanhóis chegaram a Paredes de Coura.
Como estava a anoitecer, aí estabeleceram acampamento e pernoitaram, deixando, naturalmente, alguns sentinelas de vigia.
Ora, é exatamente um destes sentinelas quem vislumbrou algo de inimaginável do promontório onde se encontrava: lá para as bandas da Cerdeira, freguesia de Cunha, milhares de tochas evidenciavam um imenso exército a progredir no terreno.
O sentinela interrogou-se como era possível ter-se reunido tão grande exército do lado português.
Soou o alarme ruidosamente e alertou todos os seus chefes.
Estes, perplexos, perceberam que poderiam ser esmagados perante tal potencial guerreiro e, partiram em debandada, apressadamente.
De manhã, com o campo livre, um pequeno grupo de soldados portugueses partiu no encalço dos rivais em fuga.
Pelo caminho, passaram pelo local onde os espanhóis adivinharam um grande exército e perceberam o que havia acontecido:
manadas de gado com tochas amarradas aos cornos erravam pelo monte, dando a ideia de que de homens se tratava.
Ainda por cima, cada animal valia por 2…
Todavia, até hoje, ninguém soube explicar quem teve e implementou aquela brilhante ideia.
Contudo, o povo acredita que a vitória dos portugueses, foi um milagre, e que teve “a mão” do S. Lourenço.
Em virtude disso, a luta que não chegou realmente a acontecer ficou conhecida como “Combatentes da Travanca”, o feriado municipal de Paredes de Coura passou a ser comemorado no dia do santo protetor – S. Lourenço e as festividades decorrem em torno da Capela de S. Lourenço, na freguesia de Cunha.
Créditos:
Fonte: https://senteahistoria.com
Foto: https://www.guiadacidade.pt/pt/poi-paredes-de-coura-18189
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