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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

26.09.21

Valença @ Lendas de Portugal - Lenda das Portas do Sol

Miluem

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Lenda das Portas do Sol

 

Valença foi o nome adotado a partir de 1262 para a terra anteriormente designada como Contrasta, desde o foral de D. Sancho I.

 

Em tempos ainda mais remotos, havia uma bela princesa que havia herdado o nome desta sublime terra – Contrasta.

Era a filha mais velha de um rei muito velhinho que aqui reinava, uma rapariga encantadora, com uma beleza incrível.

A mais cobiçada rapariga nestas paragens.

 

Reza a lenda que, um dia, um cruel príncipe mouro que estava de passagem ficou seduzido pelos seus encantos, perdidamente apaixonado.

Contudo, a sua cobiça, maldade e sede de poder eram muito fortes.

Ao comando de um poderoso exército atacou todos os que aqui viviam causando dor e sofrimento.

Seguiram-se duras batalhas às quais o velhinho rei, pai de Contrasta, não conseguiu vencer.

Incapaz de conter o ímpeto do mouro, escondeu-se nos jardins que rodeavam o seu palácio.

Sobre o velho monarca pairavam pétalas que, ao cair, se transformavam em pedras.

Pedra sobre pedra, formaram-se sobre ele as muralhas, sob as quais ficou sepultado.

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No final das batalhas, o príncipe Mouro bem o procurou sem sucesso.

Queria encontrá-lo para assim reclamar vitória, as suas riquezas e, principalmente, a mão de Contrasta.

 

Incapaz de alcançar os seus intentos e furioso por se ver sem os despojos de guerra, abandonou o território destruindo tudo à sua passagem.

Mas Contrasta, tinha uma irmã mais nova que o cruel príncipe mouro encontrou quando saía da fortaleza.

Ela fitou-o aterrada.

Ele, possuído pela raiva, trespassou-a friamente com a sua espada.

De imediato, reza a lenda que o céu se iluminou com uma luz que a todos cegou por momentos.

Quando esta se esvaneceu, havia desaparecido o corpo da mais nova irmã de Contrasta e, no seu lugar, tinha-se aberto nas muralhas um lindo portal, a que desde aí começaram a chamar “Portas do Sol”.

 

Entretanto, alertada pelos gritos da jovem irmã acorreu Contrasta, a princesa herdeira que pelo mouro manifestou o seu ódio e desprezo.

Este, envergonhado, ao ver surgir à sua frente a velha paixão, não teve coragem de pedir perdão por todo o sofrimento que causara.

Contrasta tinha por ele um absoluto desprezo.

O mouro, tomado pela ira e despeito, pegou nela e prendeu-a numa frondosa árvore onde a martirizou e ali abandonou.

Começaram então a cair da árvore folhas sobre o seu rosto que lhe segredaram:

– “vais ser coroada, tu és um exemplo de valentia e bondade”.

Então, desceu sobre as Portas do Sol uma coroa que lembra como o mal pode ser tão perverso.

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Seguidamente, as forças do céu tomadas em fúria, lançaram o cruel mouro vale abaixo e transformaram-no num rio, que ainda hoje corre, aprisionado em seu leito

– chamam-lhe Minho.

Por vezes, bem tenta sair do seu curso e alcançar as muralhas da Contrasta suplicando o perdão pelo mal causado, mas, fica sempre confinado ao seu leito, repelido pelo poder das Portas do Sol.

 

 

Fonte:

https://senteahistoria.com/2018/04/05/lenda-da-porta-do-sol-valenca/

Fotos:

https://visitvalenca.com

https://cm-valenca.pt