Ao sol
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Lenda das Portas do Sol
Valença foi o nome adotado a partir de 1262 para a terra anteriormente designada como Contrasta, desde o foral de D. Sancho I.
Em tempos ainda mais remotos, havia uma bela princesa que havia herdado o nome desta sublime terra – Contrasta.
Era a filha mais velha de um rei muito velhinho que aqui reinava, uma rapariga encantadora, com uma beleza incrível.
A mais cobiçada rapariga nestas paragens.
Reza a lenda que, um dia, um cruel príncipe mouro que estava de passagem ficou seduzido pelos seus encantos, perdidamente apaixonado.
Contudo, a sua cobiça, maldade e sede de poder eram muito fortes.
Ao comando de um poderoso exército atacou todos os que aqui viviam causando dor e sofrimento.
Seguiram-se duras batalhas às quais o velhinho rei, pai de Contrasta, não conseguiu vencer.
Incapaz de conter o ímpeto do mouro, escondeu-se nos jardins que rodeavam o seu palácio.
Sobre o velho monarca pairavam pétalas que, ao cair, se transformavam em pedras.
Pedra sobre pedra, formaram-se sobre ele as muralhas, sob as quais ficou sepultado.
No final das batalhas, o príncipe Mouro bem o procurou sem sucesso.
Queria encontrá-lo para assim reclamar vitória, as suas riquezas e, principalmente, a mão de Contrasta.
Incapaz de alcançar os seus intentos e furioso por se ver sem os despojos de guerra, abandonou o território destruindo tudo à sua passagem.
Mas Contrasta, tinha uma irmã mais nova que o cruel príncipe mouro encontrou quando saía da fortaleza.
Ela fitou-o aterrada.
Ele, possuído pela raiva, trespassou-a friamente com a sua espada.
De imediato, reza a lenda que o céu se iluminou com uma luz que a todos cegou por momentos.
Quando esta se esvaneceu, havia desaparecido o corpo da mais nova irmã de Contrasta e, no seu lugar, tinha-se aberto nas muralhas um lindo portal, a que desde aí começaram a chamar “Portas do Sol”.
Entretanto, alertada pelos gritos da jovem irmã acorreu Contrasta, a princesa herdeira que pelo mouro manifestou o seu ódio e desprezo.
Este, envergonhado, ao ver surgir à sua frente a velha paixão, não teve coragem de pedir perdão por todo o sofrimento que causara.
Contrasta tinha por ele um absoluto desprezo.
O mouro, tomado pela ira e despeito, pegou nela e prendeu-a numa frondosa árvore onde a martirizou e ali abandonou.
Começaram então a cair da árvore folhas sobre o seu rosto que lhe segredaram:
– “vais ser coroada, tu és um exemplo de valentia e bondade”.
Então, desceu sobre as Portas do Sol uma coroa que lembra como o mal pode ser tão perverso.
Seguidamente, as forças do céu tomadas em fúria, lançaram o cruel mouro vale abaixo e transformaram-no num rio, que ainda hoje corre, aprisionado em seu leito
– chamam-lhe Minho.
Por vezes, bem tenta sair do seu curso e alcançar as muralhas da Contrasta suplicando o perdão pelo mal causado, mas, fica sempre confinado ao seu leito, repelido pelo poder das Portas do Sol.
Fonte:
https://senteahistoria.com/2018/04/05/lenda-da-porta-do-sol-valenca/
Fotos:
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.