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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

29.08.21

Tarouca, Viseu @ Lendas de Portugal - A lenda do “Castanheiro do Ouro”

Miluem

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Vista panorâmica sobre a cidade de Tarouca

 

A lenda do “Castanheiro do Ouro”

             

Alberto Correia (Antropólogo)

 

Não longe da cidade de Tarouca que hoje é capital desse território de que o escritor bíblico falaria como se nele corresse leite e mel e ao qual, em jeito de Terra da Promissão deram o título de Vale Encantado, há uma povoação de alegre casario marginando a estrada que recebeu o nome curioso de Castanheiro do Ouro.

 

Ninguém sabe a razão daquele nome, nem sequer a gente mais velha do lugar, nem o texto de um qualquer cronista faz dele menção em pergaminho.

 

Corre o nome de geração em geração e é fácil imaginar que vem do tempo da Mourama que foi por ali senhora dos lugares, basta a gente lembrar-se, ali ao lado, de Ardínia.

 

Diz a lenda, as lendas são sempre textos dourados pelo tempo, que os cristãos se tornaram um dia dominadores destes lugares e que os mouros retiraram à pressa para Sul levando consigo as riquezas de que eram possessores. Mas houve um, cujo nome não sabemos, era mercador e não pôde carregar todo o ouro e pedraria que juntou.

 

E aconteceu que, antes de fugir, escondeu na toca aberta de um velho castanheiro, talvez onde o pica-pau fizera ninho, uma grande bola de ouro. Talvez um dia pudesse ali voltar para a levar. Assim terá pensado o mouro.

 

O mouro desterrado para o Sul nunca mais pôde voltar àquele lugar.

 

O castanheiro, esse cresceu. Tinha já mil anos e dava ainda rasas de castanhas.

 

E foi quando um pastor se aproveitou do tronco esburacado para nele descansar numa tarde de calor, que lá achou a bola de ouro deixada há muito tempo pelo mouro.

 

Não sabia aquele pastor que a bola de ouro tinha encanto como os brincos e as pulseiras das mourinhas que ficaram encantadas nos outeiros. Nenhuma voz se ouviu para o avisar. E quando o pastor tomou a bola de ouro em suas mãos logo ela em fumo se tornou.

 

Nunca mais foi o mesmo aquele pastor. Vezes sem conta o pastor contava aquela história e, para fazer crer sua verdade, apontava a mancha negra no tronco esburacado do velho castanheiro.

 

E tanta vez contou o pastor a sua história que o povo do lugar acreditou e deu por nome à sua terra, o nome que para sempre lhe ficou e é ainda, Castanheiro do Ouro.

 

(Jornal do Centro - 12-02-2011)

 

Fonte: http://taroucaviva.blogspot.com/2011/02/lenda-do-castanheiro-do-ouro_7823.html

Foto: https://www.cm-tarouca.pt/pages/238

 

26.08.21

Landal, C.Rainha @ Lendas de Portugal - Lenda do Sino de Ouro - Alguber

Miluem
 
 

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Lenda do Sino de Ouro - Alguber
 
 
Segundo a tradição, a Infanta D. Maria, filha do Rei D. João III e esposa de Filipe II de Espanha, I de Portugal, padecia de uma doença e passou pela aldeia de Alguber em busca da cura para o seu mal.
 
 
Devota à Senhora de Todo o Mundo, invocava-a nas suas preces com a esperança de sarar as suas maleitas de saúde e convencida que só um milagre a curaria.
 
 
Para mostrar a sua veneração decidiu restaurar a imagem da dita santa, que já se encontrava em mau estado e para demonstrar toda a sua devoção iniciou uma novena.
 
 
O milagre concretizou-se e a Infanta livrou-se do mal que suportava e em agradecimento pelo prodígio ocorrido pediu ao seu pai El Rei D. João III que mandasse erguer uma ermida no cume da serra, dedicada a Nossa Senhora de Todo o Mundo e na qual seria colocado um sino de ouro na torre da capela. Esta Santa deu o nome à serra e o rei não só concedeu o pedido como em 1549 atribuiu a Alguber a autonomia administrativa.
 
 
Entretanto quando ocorreram as invasões francesas, esta capela foi destruída e um grupo de habitantes com receio que o sino fosse roubado pelos franceses, subiram a encosta da serra durante a noite para o esconderem.
 
 
Segundo alguns relatos o sino está debaixo das ruínas da capela, contudo há quem tenha atribuído a esta Serra o nome de Serra mal arrecadada devido a outra versão que relata que junto do sino de ouro existem mais dois sinos, um de prata e outro de peste, motivo pelo qual ninguém procura os sinos com temor de encontrar o da peste.
 
 
O paradeiro deste sino(os) tão misterioso foi levado pelo vento das palavras passadas de pais para filhos estando hoje em parte incerta.
 
 
Para além do segredo da localização do sino de ouro, é de referir que depois da destruição, também sucederam acontecimentos estranhos, quando o padre resolveu levar a imagem da Santa para a igreja do Landal (freguesia do Concelho de Caldas da Rainha) mas por diversas vezes, a Santa desaparecia da Igreja e aparecia na capela em ruínas.
 

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Então, passaram a transportar a Santa em procissão da capela em ruínas para a igreja do Landal, onde ainda hoje se encontra.

 
 
 
 
Fotos:
 
 
 

 

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