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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

11.07.21

Faro @ Lendas de Portugal - A lenda do Aqueduto de Faro

Miluem

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A lenda do Aqueduto de Faro

 

Reza a lenda que dois mouros, um de Estoi outro de Alface, entraram em disputa pela mão da filha do Rei de Santa Maria Ibn Harun (Faro).

Contavam os antigos que a princesa era de uma beleza inigualável, que resplandecia luz, iluminando tudo à sua volta.

Dizia-se ainda que o que o que ela tinha de mais lindo eram os seus longos cabelos negros que, quando soltos, arrastavam pelo chão.

Os cabelos eram de um negro tão profundo e tão intenso que uma noite sem luar parecia dia, quando comparada com eles.

 

Os dois mouros compareceram diante do rei e pediram a mão da princesa em casamento.

Este que era um homem sábio e sabia tirar proveito de todas as situações, não queria ter de escolher entre dois dos seus súbditos, sobretudo sem ganhar nada com isso. Então dirigiu-se aos homens dizendo:

 

- A princesa é a minha única e estimada filha, não posso dar a sua mão de ânimo leve e tenho de saber que a tratam bem.

Assim, casará com a princesa aquele que construir uma torre que se possa avistar da minha cidade e de onde a minha filha possa iluminar todo o seu reino, ou o que trouxer água em abundância e permanência onde a minha filha possa lavar os seus belos cabelos negros.

 

Os mouros depois de ouvirem a tarefa que tinham de fazer agradeceram ao rei e saíram.

Na manhã seguinte o rei é informado que existe uma enorme cobra de água que jorra às portas da muralha.

O monarca e os seus cavaleiros saem para descobrir a sua origem e seguem o aqueduto até à fonte de Alface, onde encontram o mouro de Alface à sua espera.

 

- Caro rei, aí tendes a vossa água, mostrei-me digno da tarefa.

Lamento contudo que vendesses a vossa filha por um jorro de água para o vosso povo.

 

O rei envergonhado pelo mouro ser tão perspicaz e entender as suas reais intenções, para além de lhe dar a mão da filha em casamento tornou-o seu conselheiro oficial.

 

FONTE: Lendas retiradas da publicação “Faro Lendário”

Fonte: https://www.uf-faro.pt

Foto: https://antigo.ualg.pt/pt/content/viver-em-faro-0

 

 

 

 

 

 

08.07.21

Vila Verde @ Lendas de Portugal - Lenda da Fonte do Sardão

Miluem

 

 

Lenda da Fonte do Sardão

 

Das mouras que viviam antigamente no Monte do Castelo, havia uma que costumava muitas vezes vir de noite, sozinha, beber da água de uma fonte.


Numa época de excessiva estiagem foi-se a água reduzindo a ponto tal que desapareceu e a moura não deixava de prantear a ausência da sua água favorita.

 

Volvido enfim o Inverno e restituída à fonte e à moura a deliciosa água continuou ela no seu inalterável hábito.


Um frade do convento de Santo António, que estava situado na margem do Castelo para a Fonte, recolhia-se uma vez muito tarde de regresso de uma aldeia muito longínqua onde fora missionar com outro companheiro que, morrendo no caminho, deu causa a tanta demora; avistando um vulto estranho de mulher, fora de horas e desacompanhada, pôs logo em observação toda a sua curiosidade de frade-confessor e foi seguindo à distância e em silêncio o objeto que tanto o espantava.


Chegada à fonte a moura que era formosa na sua cor, deu pela presença do frade que se aproximava demais e perguntou-lhe com que direito e para que fim a espreitava; ao que o frade respondeu: que vendo uma mulher tão formosa, só, a horas tão remotas e em lugares tão ermos, vinha protegê-la contra qualquer eventualidade perigosa que porventura lhe sucedesse. A moura agradeceu penhoradíssima.


Nada mais disse a moura e nada mais disse o frade.

Adormeceram...

 

Este diálogo e mais outros pormenores deram rebate no Castelo onde tudo se ouvia por encanto e a moura-mestra (...), tirando-se dos seus cuidados, apareceu repentinamente no local do sinistro e, vendo apenas folhas de laranjeira na grinalda de folhas e flores que antes ornava a fronte da sua subordinada, condenou ao encanto eterno o frade, que então se transformou em sardão, e fez da moura uma roseira que ainda hoje dá sombra e camélias, junto da fonte.

 

 

Fonte: http://www.cm-vilaverde.pt/web/cultura/tradicoes

Foto: https://ominho.pt

 

04.07.21

Granja do Ulmeiro, Soure @ Lendas de Portugal - Nossa Senhora da Vida

Miluem

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Capela de Nossa Senhora da Vida em Granja do Ulmeiro, Soure

 

Nossa Senhora da Vida é alvo de uma considerável veneração juntamente com o padroeiro São Gabriel, pelo que a ela também são organizados festejos, onde, para além das missas solenes e procissões, não faltam os zé-pereiras, as filarmónicas, os bailes nocturnos, as feiras e a espectáculos pirotécnicos.

A tradição oral é utilizada na transmissão da história que faz a memória colectiva de um povo. Apesar de São Gabriel Arcanjo ser o padroeiro da Granja do Ulmeiro, a população local dedica um especial carinho a Nossa Senhora da Vida, o qual persiste de geração em geração.

 

A lenda de Nossa Senhora da Vida conta sucintamente que, em tempos recuados, quando Granja do Ulmeiro era apenas uma propriedade onde abundavam os ulmeiros, conjuntamente com diversas outras espécies, existiu uma laranjeira que, ao ser cortada pelo seu proprietário, vegetava de novo com uma rapidez impressionante.

Por tanta vez acontecer tal facto, foi naturalmente considerado um fenómeno. Então, aquele senhor, ao proceder a mais um desses cortes, mandou moldar uma imagem com o cepo cortado da laranjeira, não voltando mais a ocorrer tal vegetação. Dada essa miraculosa ocorrência, a imagem foi baptizada de Nossa Senhora da Vida.

 

Nesse mesmo local, onde outrora se erguia a teimosa laranjeira, erigiu-se a actual capela de evocação à Virgem.

 

Fonte: https://www.freguesiagranjadoulmeiro.pt/lendas-e-tradicoes

Foto: https://pt.wikipedia.org/wiki/Granja_do_Ulmeiro