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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

14.02.21

Vila Velha de Rodão @ Lendas de Portugal - Lenda do Rei Wamba

Miluem

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Lenda do Rei Wamba

 

Nas Portas de Ródão do lodo do Beira Baixa (Norte do Tejo) vivia um Rei que tinha lá um Castelo que se chamava Rei Wamba e que dominava este lado. Este era um guarda avançado da Egitânia (Idanha-a-Velha).

O lado de lá era dominado por um Rei Mouro.

A mulher do Rei Wamba perdeu-se de amores pelo Rei Mouro e este para a raptar tentou fazer um túnel que passaria por baixo do Tejo para a poder ir buscar.

Os cálculos do Rei Mouro foram mal feitos e o buraco saiu acima do nível das águas (conforme ainda se pode ver). A mulher do Rei Wamba entrou em pânico e o Rei Wamba descobriu a finalidade do buraco.

O Rei Wamba vendo a paixão que ela manifestava pelo outro, ofereceu-a então ao outro Rei como presente, mas sendo atada à mó de um moinho, rolando pelas encostas até ao rio Tejo. Pelo sítio onde passou a mó com a mulher do Rei Wamba atada nunca mais nasceu qualquer vegetação, conforme hoje ainda se pode verificar no local.

 

Fonte Biblio: MOURA, José Carlos Duarte Contos, Mitos e Lendas da Beira Coimbra, A Mar Arte, 1996 , p.66

Place of collection: Vila Velha De Ródão, VILA VELHA DE RÓDÃO, CASTELO BRANCO

Narrativa - When: XX Century, 90s - Crença: Unsure / Uncommitted.

CeAo Centro de Estudos Ataíde Oliveira

Foto: https://correiodoribatejo.pt

 

 

14.02.21

Quadras populares infantis } Lagarto pintado

Miluem

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Lagarto pintado

Quem te pintou

Foi uma velha que por aqui passou

No tempo da eira, fazia poeira

Puxa lagarto

Por aquela orelha.

 

https//m.arquivo-digital.webnode.pt/news/cantinelas/

 

No Blogue da turma do 4° ano da EB1 da Pegada- Guimarães- Ano Letivo 2019/2020 "Os Amiguinhos"

aqui no Sapo têm mais umas quadras muito giras feitas pelos alunos 

https://saladosamiguinhos.blogs.sapo.pt/lagarto-pintado-10822

 

 

 

 

 

 

14.02.21

Cozido à portuguesa

na cozinha do Vítor

Miluem

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Carnes, enchidos, couves e vegetais cozidos. Pode parecer simples, mas não é. O Cozido à Portuguesa é o resultado de séculos de aperfeiçoamento, com contributos das diferentes regiões do país e, até, ao nível das famílias. Por exemplo, há famílias que gostam de incluir o frango no cozido, outras que o dispensam; há quem goste de acrescentar feijão e há quem passe bem sem ele. Uma coisa é certa: este é um dos mais adorados pratos nacionais, um verdadeiro prato de família.

 

Um pouco de história…

A história do cozido está envolta em algumas dúvidas. Terá vindo de Espanha (Olla Podrida ou Cocido)? Será uma herança mais antiga? A verdade é que existem muitas variações do cozido por toda a Europa. Em França chama-se Pot-au-feu e em Itália chamam-lhe Bollito Misto. Em ambos estão presentes as carnes e os legumes cozidos.

 

 

Ingredientes

100g entrecosto de porco

150g chispe

75g entremeada

1 chouriço de sangue

60g orelha de porco

1 morcela

1 chouriço de carne

1 farinheira

125g novilho do cachaço

100g frango

50g sal grosso

60g de nabo

150g couve-lombarda

Hortelã

1 cenoura

60g batatas

150g couve-coração

100g couve-portuguesa

Arroz

 

Preparação

Tempere todas as carnes com sal no dia anterior ao da cozedura.

Descasque o nabo e as cenouras e corte-os em pedaços.

Lave muito bem todos os legumes, retirando-lhes os talos centrais e corte-os em pedaços.

Separe a couve portuguesa em folhas e corte as batatas em quartos ou metades.

Coloque as carnes, exceto o frango, numa panela grande com água suficiente para as cobrir e junte os raminhos de hortelã. Deixe cozer até verificar que estão cozidas.

Retire-as, à medida que ficarem prontas e reserve.

Na mesma água, coza o frango. Retire e reserve.

Retifique o nível da água e os temperos e aproveite o caldo da carne para cozer os enchidos separadamente. Retire-os e reserve.

Na mesma água, introduza as couves e a cenoura e deixe ferver durante cinco minutos.

Adicione, então, as batatas e o nabo. Não os deixar cozer demasiado, evitando assim que se desfaçam.

Prepare o arroz, utilizando a água das várias cozeduras. Para isso, coloque num tachinho duas medidas de água para uma de arroz e junte algum chouriço de sangue e farinheira desfeitos e sem pele. Retifique temperos e deixe cozer.

Corte as carnes em pequenos pedaços e disponha-as numa travessa de servir.

Faça o mesmo com os enchidos.

Noutra travessa, coloque os legumes e o arroz.

 

  • Nota: Este prato é realmente saboroso e um bom motivo para juntar família e amigos à mesa.

 

Toque especial: Se não tiver os ingredientes todos, não faz mal, o que conta é a refeição em família 🙂

 

Vinho: Um vinho alentejano resultante de uma mistura das castas Aragonês, Touriga Nacional e Alicante Bouschet, que no palato apresente uma boa estrutura, volumosa e equilibrada. Este vinho deve ser consumido a uma temperatura entre os 16ºC e os 18ºC. Ou então um vinho da sua região.

 

Dica: Guarde a água da cozedura das carnes é para fazer uma sopa, acrescentando-lhe apenas pão, ou massa ou feijão branco e um pouco de hortelã.

 

Reza a Lenda que…

 

No século XVII, Domingos Rodrigues, cozinheiro da Casa Real de Portugal e o primeiro a escrever um Tratado de culinária em português (“Arte de Cozinha”, de 1680), considerava o Cozido à Portuguesa um prato riquíssimo, onde não faltavam perdizes, coelho e pombos:

 

“Ponha-se em huma panella a cozer hum pedaço de vaca muito gorda; huma galinha, huma ave, huma perdiz ou pombos, hum coelho, huma lebre, huma orelheira ou pá, se for tempo de porco, chouriços, linguiça e lombos de porco, tudo misturado com nabos ou rábanos, três cabeças de alhos grandes, grão, duas ou três dúzias de castanhas, sal e cheiros”. No entanto, não lhe chamava Cozido à Portuguesa, mas sim o nome em espanhol escrito de forma aportuguesada: Olha Podrida.

 

  • As variações

 

Pode não levar frango, não levar presunto, não ter feijão ou não ter nabo. Pode ter milho, arroz, orelha de porco ou chispe, salsichas frescas de porco ou até batata-doce. Mas nunca lhe faltam os enchidos, seja em que região do país for. São eles que dão ao cozido o seu sabor único e aconchegante, apreciado o assim que o tempo começa a arrefecer.

 

No Minho, ao cozido junta-se uma galinha gorda, presunto, salpicão e focinho de porco. A couve é tronchuda e o arroz feito no forno.

 

Em Trás-os-Montes não falta a alheira, que faz companhia ao chouriço de sangue e à farinheira. Também há quem junte feijão-verde à couve-lombarda, couve-coração e couve-portuguesa.

 

No Alentejo, o cozido, que se chama cozido à alentejana, não leva galinha, mas pode levar borrego. O porco é rei, aproveitando-se quase todas as partes: joelho, orelha, entrecosto, rabo, toucinho… Não faltam os enchidos, da morcela à farinheira, passando pelo chouriço de carne, chouriço de sangue e ainda a linguiça. O grão também é tradicional usar-se.

 

No Algarve, há quem junte ao cozido batata-doce e um raminho de hortelã. Tal como no Alentejo, o grão também faz parte do prato.

 

Nos Açores, onde o famoso Cozido das Furnas – uma variação do Cozido à Portuguesa – é cozinhado debaixo da terra com o calor vulcânico das Furnas, junta-se inhame e toucinho fumado à carne de vaca e de galinha. Não faltam a batata, a cenoura, a batata-doce e as couves. Os enchidos eleitos são o chouriço e a morcela.

 

Na Madeira, o Cozido à Portuguesa tradicional serve-se com fatias de pão e hortelã e, numa variação mais típica da ilha, com cuscuz e tomilho, sem enchidos, apenas com carne de porco magra e salgada.

 

Apesar das variações, pode-se afirmar que a receita-base é esta: carne de vaca, porco e frango; chouriço de carne e de sangue; farinheira e morcela; couve-portuguesa e couve-lombarda; cenoura, batata e nabo.

 

https://lusojornal.com/na-cozinha-do-vitor-cozido-a-portuguesa/

 

 

14.02.21

Em Domingo Gordo, Cozido à Portuguesa

Tradição e história

Miluem

Em Domingo Gordo, Cozido à Portuguesa

 

Esta é a tradição em Boidobra no Fundão, mas ela não é muito diferente no resto do país.

 

“Depois da matança do porco, que geralmente ocorria por alturas do Natal, uma vez feito o enchido que se punha a secar no fumeiro, as carnes mais gordas juntamente com os ossos e os presuntos, eram guardados na salgadeira (arca com sal normalmente em madeira). Para este dia, enquanto os presuntos continuavam “a tomar do sal” na salgadeira, para o almoço de domingo gordo eram retiradas determinadas carnes, como as orelhas, focinho, chispes e a cauda do animal."

 

 ***

 

O nacional e típico Cozido à Portuguesa foi redigido a sua receita neste século !

A primeira receita escrita do cozido em Portugal é publicada na Arte de Cozinha de Domingos Rodrigues, 1680, e que tem a designação castelhana de “Olla Podrida”.

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O original Arte de Cozinha de Domingos Rodrigues, Séc XVII

 

A receita é, de facto, uma das preferidas das famílias portuguesas, sendo muitas vezes confecionada em datas especiais.

 

É preparada em todo o território nacional (continente e ilhas), embora cada região apresente ligeiras variações à receita.

 

Só o cheiro inebriante e irresistível do cozido à portuguesa nos tira verdadeiramente do sério.

 

 

http://www.rcb-radiocovadabeira.pt/pag/51391

https://www.clubevinhosportugueses.pt/vinhos/o-nacional-e-tipico-cozido-a-portuguesa/