Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

07.01.21

Abreiro, Mirandela @ Lendas de Portugal - Lenda de Abreiro

Miluem

1200px-Pelourinho_abreiro2.jpg

Pelourinho de Abreiro

 

Lenda de Abreiro

 

No termo de Abreiro há um local com vestígios de civilização neolítica, a que chamam de Arcã.

 

Na povoação está um elegante Cruzeiro com o brasão de armas de Diogo de Mendonça Corte Real, ministro de D. João V, que foi quem mandou fazer a ponte de Abreiro sobre o Tua, formada por dois arcos, um de grandes proporções.

 

Então diz a lenda local que a ponte, a arcã e o cruzeiro foram construídas de noite pelo diabo, que prometeu também fazer uma estrada da ponte à povoação a troco da alma que uma moça lhe entregaria para mais comodamente passar o rio, a fim de ir buscar água a uma fonte na margem esquerda.

 

Conforme o acordo dizia, o diabo dava a ponte concluída numa só noite e antes de cantar o galo.

 

Quanto mais intensamente trabalhava uma legião de demónios, carregando, aparelhando e assentando pedras, o galo canta.

 

- Que galo é?

perguntou o rei das trevas infernais.

 

- Galo branco

responderam-lhe.

 

Ande o canto ordenou ele.

 

Em breve novo cantar do galo se ouviu.

 

- Que galo é?

perguntou de novo.

 

- Galo preto.

 

-Pico quedo

vociferou ele.

 

Faltava apenas uma pedra para assentar nas guardas da ponte e assim ficou, pois que, por mais vezes que os homens a tenham colocado no lugar, aparece derrubada pelo diabo no rio na noite seguinte.

 

https://www.cm-mirandela.pt

07.01.21

Era e não era I @ Lenga-Lengas da cultura portuguesa

Miluem

IMG_20210102_223932.jpg

 

Era e não era
Andava lavrando,
Chegou uma notícia
Que seu pai era D. Fernando.

Sentado de pé,
num banco de pau,
feito de pedra
Um jovem ancião
Bondoso e mau

A ler um jornal sem letras,
À luz de uma vela apagada,
Calado apregoava:
"A terra é uma bola quadrada"

E o pobre do Fernando,
lesto como o caracol,
sobe parede abaixo,
no seu jeito mole.

Bateu-lhe desafortunada a fortuna
e bem-afortunado o azar,
Antes do nascimento,
Sempre depois e nunca mais

Tinha o pai pra nascer
E a mãe pra morrer.
Que havia o moço de fazer?
Deitou os bois ás costas,
Pôs o arado a correr.

Quis saltar o valado,
Saltou um arado.
Se não era cão
Mordia-lhe um cajado.

Entrou numa horta,
Viu um pessegueiro
Carregado de maçãs,
Avelãs e fruta madura.

Veio de lá o dono dos pepinos:
- Ó ladrão dos meus marmelos!
Quem te mandou a ti andar a roubar as cerejas
Que tinha guardado
Prós meus meninos?

Agarrou num melão,
Atirou-lhe com um pepino

Acertou-lhe num artelho,
Fez-lhe sangue num joelho.

 

http://diasquevoam.blogspot.com/2006/06/cega-rega-era-e-no-era-andava-lavrando.html?m=1

06.01.21

Quadras Populares Transmontanas - Reis

Miluem

REIS.jpg

 

Quem diremos nós que viva

Na folhinha do loreiro?

Viva lá o Sr. António

Que é um homem cavalheiro.

 

Viva lá a Sra. Maria,

Raminho de salsa crua.

Quando vai para a igreja,

Alumia toda a rua.

 

Viva lá o Sr. Alberto

Com o seu raminho no chapéu.

Quando vai para a igreja

Parece um anjo do Céu.

 

Senhora que está lá dentro,

Sentada no esteirão,

Bote os olhos ao fumeiro

Dê-nos cá um salpicão.

 

Senhora que está lá dentro,

Sentada na cortiça,

Deite os olhos ao fumeiro,

Dê-nos cá uma chouriça.

 

Senhora que está lá dentro,

Sentada na janela,

Deite os olhos ao fumeiro

Dê-nos cá uma morcela.

 

RECOLHA (1985) de António Alberto Cascais, Larinho – Moncorvo.

 

 

 

Fonte: Cancioneiro Transmontano 2005

Edição: Santa Casa da Misericórdia de Bragança

Foto: http://celago.blogspot.com/2011/01/quadras-de-reis.html

 

05.01.21

Tadicões * Janeiras em Ínfias, Fornos de Algodres

Miluem

Infias_foto1.jpg

 

Aqui vimos, aqui vimos

Aqui vimos bem sabeis 

Vimos dar as boas festas 

E também cantar os Reis. 

 

Nós somos as criancinhas 

Que pedimos a cantar 

Pedimos as Janeirinhas 

E bênção p'ra este lar. 

 

Levante-se daí senhora 

Desse banco de cortiça 

Venha nos dar as Janeiras 

Ou morcela ou chouriça. 

 

 

Levante-se daí senhora

Desse banquinho de prata 

Venha nos dar as Janeiras 

Que está um frio que mata. 

 

As Janeiras são cantadas

Do Natal até aos Reis 

Olhai lá por vossa casa 

Se há coisa que nos deis. 

 

Boas festas, boas festas 

Está a alba a arruçar 

Venha-nos dar as Janeiras 

Que temos muito para andar.

 

Obrigado minha senhora 

Pela sua Janeirinha 

P' ro ano cá estaremos 

Nós e mais as criancinhas. 

 

Quem diremos nós que viva 

Na folhinha da giesta 

Já lhe cantámos as Janeiras 

Acabou a nossa festa. 

 

 

Recolha por alunos da Escola EB1 e Jardim de Infância

de Ínfias, Fornos de Algodres

 

Fonte: www.pombadapaz.org

Foto: https://www.cm-fornosdealgodres.pt/freguesias/infias/