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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

07.12.20

S. Jorge, Porto de Mós @ Lendas de Portugal - Lenda da Bilha de S. Jorge

Miluem

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Lenda da Bilha de S. Jorge

 


Estávamos em 14 de Agosto de 1385, decorria a Batalha de Aljubarrota.

 

O exército de D.João I de Portugal e o Rei de Castela, combatiam entre si num dia solarengo.

 

A Batalha fora decidida pelo Rei de Portugal, apesar de ir contra a vontade da nobreza e do exército.

 

O Exército de D.João I era constituído por 7000 portugueses e o exército do Rei de Castela continha 30000 castelhanos.

 

Ainda pediram auxílio a Inglaterra mas não chegariam a tempo.

 

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Painel de azulejos pintado por Jorge Colaço (1922) representando um episódio da batalha de Aljubarrota. No Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa, Portugal.

 

Chegado o dia da Batalha, ambos os exércitos encontravam-se frente a frente num dia cheio de sol. O seu maior medo não era o exército inimigo mas sim a sede.

 

Mandou Antão Vasques procurar água, o que naquele momento seria uma tarefa muito díficil.


Lá foi então Antão Vasques andando quilómetros, cavalgando o seu cavalo . Ele já tinha andado muito e já começava a desesperar.

 

Como que num vislumbre de memória e fé, desceu do seu cavalo e rezou e pediu com muita força ao seu anjo da Guarda que o ajudassse e lhe mandasse água naquele momento que ele mais precisava. Até que algo maravilhoso aconteceu.

 

Subitamente, num instante seguinte, como que um anjo caído do ceú, uma camponesa apareceu e debaixo do braço trazia uma bilha de àgua. Mas era uma bilha de água diferente. Quanto mais se bebia, mais água aparecia lá dentro.

 

Era uma água que iria saciar a sede do Exército de Portugal e também renovar todas as suas forças.

 

Os Castelhanos decidiram então atacar, pensando que os portugueses estariam muito cansados. Mas surpreendentemente os soldados aguentaram-se e e depois de terem bebido daquela água que lhe deu toda a sua força e os fez recuperar do cansaço, atacaram os castelhanos e venceram-nos.

 

https://www.municipio-portodemos.pt/thumbs/cmportomos/uploads/poi/image/320/capela_sra_da_vitoria_s_jorge_calvaria_de_cima_tu_13_1_1024_2500.JPG

 

Depois de esse enorme feito para Portugal, O Condestável mandou construir no local onde tinha aparecido a camponesa, uma capela que iria ter o nome de Capela de S. Jorge.

 

Nos dias de hoje, ainda se encontra lá uma bilha para quem passe lá e se encontre cansado, poder beber.

 

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Também desde esse dia, o Padroeiro do Exército português passou a ser S. Jorge.

 

 

Fonte:
http://theenlessinvisible.blogspot.com/

Fotos:
www.municipio-portodemos.pt
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70103/
http://raizonlinenoticias.blogspot.com

 

06.12.20

# À moda de Cá # Bolo de S. Nicolau

Receita Tradicional de Santa Maria da Feira em recuperação pela Confraria da Fogaça da Feira

Miluem

 

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Bolo de S. Nicolau

 

Ingredientes utilizados:

Ovos, açúcar, frutos secos, farinha, fermento padeiro, manteiga, leite, sal, canela e vinho do porto.


Modo de preparação:

Mistura-se o fermento com o leite, sal e o açúcar e junta-se a farinha.

Vão-se juntando os ovos um a um e por fim a manteiga derretida.

Amassa-se bem, misturam-se as frutas e vai levedar.

Tende-se as tranças e pincelam-se com ovo batido e salpicam-se com amêndoa picada miúda e vão ao forno.

 


Historial do produto:

Segundo a tradição era confecionado pelos frades Lóios.

Foi comercializado em pastelarias durante um determinado período (até meados do séc. XX).

 

Descrição: Cor acastanhada, parecendo a regueifa ou o bolo-rei de frutos secos.

Características particulares: Entrançado.

Delimitação da área geográfica de produção: Santa Maria da Feira.

Disponibilidade do produto (em extinção, oferta contínua, recuperação):

Receita em recuperação.


Fonte: Confraria da Fogaça da Feira

https://tradicional.dgadr.gov.pt/pt/cat/doces-e-produtos-de-pastelaria/129-bolo-de-s-nicolau

06.12.20

Pombal @ Lendas de Portugal - A Senhora do Cardal

Miluem

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Fallando da Senhora do Cardal, do forno e da Fogaça, diz o padre Carvalho, na sua Chorographia.

 

 «Está situada (a ermida) em um rocio, a que chamam o Cardal, pela quantidade de cardos que produzia; e junto a elle, mais chegado á villa, para o sul, estava um edificio velho, a modo de uma torre, que era casa e vivenda dos moradores d’esta villa, e pelo magestoso e antigo d’elle, mostrava nobreza em seus possuidores.


Em esta torre ha tradição que vivêra uma D. Maria Fogaça, a qual nunca casou; e, porque o povo não tinha ainda muitas ermidas, para que esta devota, com menos detrimento, podesse ouvir missa todos os dias, mandou fazer uma capella no dito sitio, afastada da torre, para o norte, vinte passos, e n’ella collocou a imagem de Nossa Senhora de Jerusalem; o que se vê ainda hoje em as armas, que estão no tecto da abobada da capella, que são da familia dos Fogaças.


Teve sempre este povo a dita imagem em muita veneração, até que, passados annos (diz a tradição) mandou Deus, por peccados dos homens, a esta terra, tão grande multidão de gafanhotos e lagartas, que as gentes, pelas ruas, andavam attonitas, por se juntarem em nuvens tão densas (os gafanhotos) que impediam aos homens a vista.


 Fizeram os seus primeiros empregos e damnos, em as cearas, que, como era no fim de maio, foram de muita consideração, destruindo as arvores de tal modo, que ficaram infructiferas por alguns annos; e a tanto chegou este castigo, que até pelas casas havia cuidado em se taparem os potes da agua, e occultarem os mantimentos, para não serem tocados d’esta praga.


Vendo-se pois o povo n’esta afflição, por ordem da camara, se juntaram todos, um sabbado, e foram á egreja de S. Pedro (que era então a matriz da villa) e alli, com o parocho, ajustaram em o melhor – que foi, ordenar procissão de preces; e sahindo da dita egreja, se vieram recolher á ermida do Cardal, rogando a Nossa Senhora, fosse sua intercessora, para que Deus os livrasse de um tão grande trabalho.

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 E depois de se dizer missa, em o altar d’ella, publicamente, prometteu o parocho à Senhora, em nome da camara e mais povo, de lhe fazerem festa em o dia que os livrasse de tal afflicção.


 Foi Deus servido, que, em amanhecendo no dia seguinte, ficasse o povo livre da referida praga, e as cearas e arvores, ainda que roidas, dessem algum fructo.


Foi este milagroso successo, no ultimo domingo de junho.


Alvoroçado o povo, e cheio de grande contentamento, não cessava de vir a esta ermida, e dar graças á Senhora, por cuja intercessão foram livres; e, logo no dia seguinte se lhe disse missa cantada, e se fez procissão, em acção de graças.


Em o seguinte anno, tomou por sua conta, a festa, D. Maria Fogaça, senhora da capella; que a fez com grande dispendio, e á qual vieram assistir pessoas nobres, seus parentes, das villas de Thomar e Santarem e mandou fazer a offerta que se devia ao parocho, que foram dois bolos, de farinha de trigo, os quaes ella mandou coserem um forno, e que, por serem demasiadamente grandes, succedeu ficarem tortos; o que, vendo um homem, creado da casa (de D. Maria) se atreveu, em nome da Senhora de Jerusalem, a entrar no forno a concertal-os; e sahindo de dentro, sem lesão alguma, se admiraram todos do novo prodigio que a Senhora obrava.»

 

Source: PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de Portugal Antigo e Moderno Lisbon, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 2006 [1873] , p.Tomo VII, pp. 134-135 - Place of collection: Pombal, POMBAL, LEIRIA - Narrative: When19 Century, Belief: Unsure / Uncommitted - Classifications - Bibliography

 

Fotos: www.festasdobodo.com / Paróquia de Pombal

05.12.20

# À moda de Lá # nikolauskuchen - Bolo de S. Nicolau

Bolo de Receita alemã de Natal @ Eurocid

Miluem

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Bolo de S. Nicolau

 

  • 20g de manteiga
  • 300g de farinha
  • 3 colheres de chá com fermento
  • 150g de amêndoa moída
  • 4 colheres de sopa de casca de limão cristalizada (ou passada por açúcar numa frigideira em lume brando)
  • 3 colheres de sopa com cacau
  • 250g de mel
  • 2 colheres de chá com canela em pó
  • 2 colheres de chá com essência de baunilha
  • 2 colheres de chá de raspa de limão
  • 1 colher de chá de essência de amêndoa
  • 12 colheres de sopa de água

 

Modo de preparação
 
Misturam-se numa tigela a farinha, o fermento, as amêndoas, a casca de limão cristalizada, o cacau, a baunilha, a raspa de limão e a essência de amêndoa.
 
Numa frigideira à parte mistura-se o açúcar, o mel e a água mexendo bem para não deixar queimar.
 
Ferve 5 minutos e depois juntam-se os restantes ingredientes, utilizando uma colher de pau.
 
Unta-se um tabuleiro com manteiga, polvilha-se com farinha e deita-se a massa lá dentro.
 
Vai ao forno durante 20 minutos.
 
Retira-se então para salpicar com amêndoas e coze mais 5 minutos.
 
Quando ficar pronto, cobre-se com geleia de amêndoa e corta-se aos quadrados.

 

Fonte: Eurocid - República Portuguesa - Negócios Estrangeiros

05.12.20

Colmeias, Leiria @ Lendas de Portugal - A moeda de prata

Miluem

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A moeda de prata

 


Era uma vez… estava-se a 14 de Outubro do ano da Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1605.

 

Ali para os lados de São Silvestre, da freguesia de Colmeias, vivia um velhinho, chamado Henrique Dias, com sua filha, uma moça casadoira, que se sentia muito doente.

 

Volta e meia começava ela a rebolar-se no chão, com muitas dores.

 

Naquele dia, já o sol era nado, teve um ataque que a fez estrebuchar longamente, pois tinha, como dizia o povo, o diabo no corpo.

 

Alguns vizinhos, condoídos da triste sorte da rapariga, que viam tão dorida e lacrimosa, levaram-na à igreja para que Nossa Senhora da Pena lhe valesse.

 

Era a hora da Santa Missa e a igreja estava cheia de fiéis.

 

A moça foi levada até próximo do altar e, olhando para a imagem de Nossa Senhora, logo teve um afrontamento e quando estava quase a desmaiar teve um vómito mais violento e expeliu, pela boca, uma moeda de prata, de vintém.

 

A rapariga de pronto se endireitou e sentindo-se curada rezou a Nossa Senhora com tanta devoção como até então nunca fizera.

 


Source: CABRAL, João
Anais do Município de Leiria, Vol. III Leiria, Câmara Municipal de Leiria, 1993 , p.227
Place of collection: Colmeias, LEIRIA, LEIRIA, Narrative - When: XX Century, 90s - Belief: Unsure / Uncommitted

CeAO - Centro de Estudos Ataíde Oliveira

Foto: Google.