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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

09.08.20

««Tradições »»  Bolos de Pinhão - Marinha Grande

Miluem

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Bolos de Pinhão - Marinha Grande

 

Devido à existência de muitos pinheiros na região, tornou-se habitual esta receita de doçaria.


Ingredientes: 

.350 gr. de pinhão torrado
.1 Kg de açúcar branco 
.4 claras de ovos
.Raspa de limão
.Canela em pó (pode dispensar-se)


Confecção:

.Batem-se as claras em castelo.
.Adiciona-se o açúcar, mexendo sempre.
.Junta-se depois a raspa de limão, o pinhão inteiro e a canela.
.Envolve-se até a mistura estar bem espessa, mas com cuidado para os pinhões não ficarem esmagados.
 
.Num tabuleiro untado com azeite e polvilhado com farinha, deita-se a massa preparada.
.Vai ao forno até a massa cozer e os bolos ficarem bem tostados. 


Fonte: Tradições da Marinha Grande - Grupos do Google

Foto: https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/marinha-grande-partir-do-ponto-de-vista-das-gaivotas-3069

Nota: não encontrei nenhuma foto minimamente parecida com os bolos que a minha tia fazia, por isso não a pus.

08.08.20

Lisboa @ Lendas de Portugal - Da Imagem de nossa Senhora do Rosario, que se venera em Santa Monica

Miluem

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Da Imagem de nossa Senhora do Rosario, que se venera em Santa Monica

 

Huma pessoa de fóra, tendo já noticia desta Santa Imagem, & dos favores que della recebiaõ as Religiosas, (ainda que a não havia visto) vendose em hum grande perigo a invocou, & lhe valeo a Senhora de sorte, que reconheceo dever a sua vida à sua intercessaõ, pela invocação da sua Santa Imagem.

 

Obrigada do favor, foy esta pessoa ao Convento, & procurou ver a Santa Imagem, com cuja vista se alegrou muito, & lhe prometeo não só de a servir em quanto vivesse; mas de a festejar em trinta & hum de Agosto, estando neste dia o Senhor manifesto: o que ainda hoje continua com grandeza, & ostentaçaõ.

 

Prometeolhe tambem de lhe fazer hũa Capella, (o que executou logo) q’ he magnifica; ainda sendo as Capellas daquella Igreja fabricadas quasi à face.

 

Fica esta quasi defronte da porta principal.

 

He a obra da Capella de valente architectura, & de excellente talha dourada, com grandes por fóra de évano, & de muito culto.

 

A Senhora está collocada em hũ trono, cuberta com hũa rica cortina, & se naõ descobre, senaõ nos dias de suas festividades, & nos dias Santos, & Domingos, & sempre cõ luzes acesas.

 

Havia tambem naquelle Convento hũa Religiosa chamada Catharina de Jesus, a qual estando doente, & desconfiada já dos Medicos da terra, adormeceo, & teve hum sonho, ou paracismo, em que se lhe representou que via a esta Senhora, & que a via junto a si, & q’ a aliviava naquelle aperto, em que se achava, dandolhe perfeita saude.

 

Despertou, & se achou boa, & livre do mal que padecia; & reconhecendo as melhoras, foy a dar as graças à Senhora pelo beneficio que da sua clemencia havia recebido; & assim se aservorou mais dalli por diante na devoção da mesma Senhora, servindoa com muito cuidado.

 

Succedeo isto pelos annos de 1684. & he de advertir, que no mesmo tempo, em que sonhava, que era pelas nove horas da noite, se lhe representou tambem que ouvia hum grande baque, & que cahia a Senhora, & ficando muito sobresaltada, chamava muito depressa por huma pessoa de fóra, dizendo fosse à Igreja a erguer a Senhora, que havia cahido: foraõ, & achàraõ-na posta em pè como se naõ cahira, & puzeraõ-na outra vez no seu lugar; & depois de acabar de referir o sonho, se fez a experiencia, se fora sonho, & se achou ser verdade que a Senhora estava fóra do seu lugar, & posta sobre o Altar em pè, donde a tiràraõ, & a collocáraõ outra vez no seu lugar: entendendose daqui que a Senhora obrára aquella demonstraçaõ, para se conhecer a maravilha, que a favor da sua serva havia obrado.

 

 

Fonte: Biblio AGOSTINHO DE SANTA MARIA, Fr. Santuário Mariano Alcalá, Imperitura, 2007 [1711] , p.Tomo I, Livro II, Título XXV, pp. 340-342

Place of collection: LISBOA, LISBOA - Narrativa - When:  XVII Century,

Crença: Unsure / Uncommitted

Foto: http://patrimoniocultural.cm-lisboa.pt/lxconventos/ficha.aspx?t=i&id=660

 

07.08.20

A garça, a graça e a Graça @ Trava-línguas da cultura portuguesa

Miluem

Garca_no_pesqueiro_REFON_4.jpg

 

A garça disse à Graça que achou pouca graça à graça que a Graça fez da graciosidade da garça, numa graça com pouca graça.


Se a graça que a Graça fez à garça tivesse graça, a garça acharia muita graça à graça que a Graça fez da graciosidade da garça.

 

Foto: https://ovoodagarca.blogs.sapo.pt/a-garca-comeca-a-voar-288

 

06.08.20

Beja @ Lendas de Portugal - A Lenda da Costureirinha

Miluem

Janela Manuelina - https://cm-beja.pt/pt/menu/578/janela-manuelina.aspx

 

 

A Lenda da Costureirinha

 

Entre as crenças que algum dia existiram no Baixo Alentejo, a da costureirinha era uma das mais conhecidas.

 

Não é difícil, ainda hoje, encontrar pessoas de alguma idade, e não tanta como isso... que ouviram a costureirinha.

 

O que se ouvia, então? Segundo diversos testemunhos, ouvia-se distintamente o som de uma máquina de costura, das antigas, de pedal, assim como o cortar de uma linha e até mesmo, segundo alguns relatos, o som de uma tesoura a ser pousada.

 

Um trabalho de costura, portanto. O som trepidante da máquina podia provir de qualquer parte da casa: cozinha, quarto de dormir, a casa de fora, e até mesmo de alpendres.

 

De tal modo era familiar a sua presença nos lares alentejanos que não infundia medo. Era a costureirinha.

 

Mas quem era ela? Afirma a tradição que se tratava de uma costureira que, em vida, costumava trabalhar ao domingo, não respeitando, portanto, o dia sagrado.

 

É esta a versão mais conhecida no Alentejo.

 

Outra versão afirma que a costureirinha não cumprira uma promessa feita a S. Francisco.

 

Esta última versão aparece referenciada num exemplar do Diário de Notícias do ano 1914 em notícia oriunda de aldeias do Ribatejo.

 

Pelo não cumprimento dos seus deveres religiosos, a costureirinha for a condenada, após a morte, a errar pelo mundo dos vivos durante algum tempo, para se redimir.

 

No fundo, a costureirinha é uma alma penada que expia os seus pecados, de acordo com a crença que os pecados do mundo, o desrespeito pelas coisas sagradas e, nomeadamente, o não cumprimento de promessas feitas a Deus ou aos Santos podiam levar à errância, depois da morte.

 

Já não se houve, agora, a costureirinha?

 

Terminou já o seu fado, expiou o castigo e descansa em paz?

 

A urbanização moderna, a luz eléctrica, os serões da TV, afastaram-na do nosso convívio.

 

Desapareceu, naturalmente, com a transformação de uma sociedade rural arcaica, que tinha os seus medo, os seus mitos, as suas crenças e o seu modo de ser e de estar na vida.

 


http://www1.ci.uc.pt/iej/alunos/2001/lendas/Lendas%20de%20Beja.htm

 

05.08.20

Dornes, F. do Zêzere @ Lendas de Portugal - Lenda de Dornes

Miluem

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Lenda de Dornes


A vila de Dornes fica no concelho de Ferreira do Zêzere.

Apesar de existirem provas documentais de que até ao século XV foi conhecida por Dornas, um velho manuscrito existente na Biblioteca Nacional de Lisboa explica que a etimologia da povoação proveio da lenda que vou contar.


Há muitos séculos atrás, as terras desta região pertenciam à Rainha Santa Isabel, mulher de el-rei D. Dinis. Era feitor da Rainha, na região, um cavaleiro chamado Guilherme de Pavia, ao qual atribuíam proezas milagrosas.


Conta-se deste homem que, certa vez, passou a pé enxuto o rio Zêzere, caminhando de uma margem para a outra sobre a sua capa, que lançara sobre as águas.

Um dia, andava Guilherme de Pavia atrás de um veado na banda de além do Zêzere, onde só havia brenhas e matos espessos, quando ouviu uns gemidos muito dolorosos.

Tentou saber de que sítio provinham e, apesar de perder algumas horas nesta busca, nada conseguiu achar, pois os gemidos pareciam provir dos mais diversos locais.

No dia seguinte voltou ali e de novo os gemidos se espalharam à sua volta, vindo agora de um tufo espesso de mato, depois de um rochedo, numa ciranda sem fim.

Guilherme de Pavia sofria espantado, partilhando a dor daquele alguém que parecia fazer parte do universo. Ao terceiro dia tudo se repetiu como antes.

Tomou, pois, a decisão de partir para Coimbra onde estava a sua senhora, a fim de lhe relatar aqueles estranhos factos. Assim que chegou à cidade dirigiu-se imediatamente à pousada real e solicitou a sua visita a D. Isabel.

Esta, mal o viu, e depois das saudações devidas, disse-lhe:

-Vindes por via dos gemidos, Guilherme?

-...!

-Não precisais espantar-vos! Três noites a fio sonhei com eles e sei do que se trata.

-O que é então, Senhora? Procurei por todo o lado e nada vi!...

- Bem sei. Deus contou-me tudo nos sonhos. Agora vais voltar ao local e procurar onde te vou dizer: aí acharás uma imagem santa de Nossa Senhora, com o Filho morto em seus braços.

-Assim farei, minha senhora Dona Isabel! Mas, e depois, que faço eu dessa imagem?

-Guardá-la-ás contigo até me veres chegar junto a ti!

Despediu-se Guilherme de Pavia da Rainha Santa, levando na memória a localização exacta da moita onde a imagem de Nossa Senhora o aguardava gemendo, e partiu de Coimbra.

Já de volta a terras do Zêzere, o cavaleiro dirigiu-se à serra de Vermelha, como lhe dissera D. Isabel, e foi milagrosamente direito a determinada moita onde achou enrodilhada em urzes a imagem da Virgem pranteando a morte de seu Filho.

Durante algum tempo manteve-a consigo, na sua própria casa.

Os gemidos haviam cessado e assim Guilherme de Pavia tinha a Santa Imagem na sua câmara, com um archote aceso de cada lado.

Um dia, a Rainha Santa foi, finalmente, às suas terras do Zêzere resolver o caso da imagem.

Assim, junto a uma velha torre pentagonal que já aí existia, mandou erigir uma ermida para a Virgem achada nas moitas.

E nessa torre - que provavelmente foi construída pelos Templários -, ordenou que se instalassem os sinos da ermida.

Em breve o povo começou a construir casas em redor da capela e da torre e, diz a lenda, a Rainha Santa deu a essa vila nascente o nome de Vila das Dores, nome que com o tempo se teria corrompido até dar Dornes.

É isto o que conta a lenda transcrita no velho manuscrito.

A capela com a sua torre sineira ainda hoje existem, e a imagem achada há muitos séculos atrás é venerada sob a designação de Nossa Senhora do Pranto.

 

in Frazão, Fernanda. "Lendas Portuguesas", vol. IV, pág. 75-79. Ed. Multilar. Lisboa: 1988

 

Fonte! https://www.cm-ferreiradozezere.pt

Foto: https://www.viagens.sapo.pt

04.08.20

Carregueira, Chamusca @ Lendas de Portugal - Lenda da Carregueira

Miluem

IMG_20200801_212901.jpg

 Lenda da Carregueira

 

Uma das versões da origem do nome remonta ao tempo dos Romanos e é a mais contada por todos e com mais probabilidades de ser realidade.

 

Antigamente, no tempo dos Romanos, foi construída uma estrada com início no Castelo de Almourol que passava na ponte das Ferrarias (é a ponte que passa por cima da ribeira do Arripiado) e no alto da Carregueira, seguindo outros rumos.

 

Por essa estrada faziam-se diversos transportes, principalmente os produtos das olarias existentes junto à ponte das Ferrarias.

 

Pensa-se que, ao lugar onde existe a Carregueira, os Romanos viriam "carregar" algo, talvez palha ou frutas.

 

Com o decorrer dos tempos as pessoas abreviaram o

 

"vou carregar ao lugar ... ",

 

passando a dizer

 

''vou à CARREGUEIRA".

 

https://www.jf-carregueira.com

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