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As coisas de que eu gosto! e as outras...

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As coisas de que eu gosto! e as outras...

26.05.20

Miranda do Corvo @ Lendas de Portugal - Lenda e receita da chanfana

Miluem

Foto: Wikipédia

 

Chanfana


Segundo a lenda, a chanfana terá surgido no Mosteiro de Semide.

 

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Foto: site governamental do Património Cultural

 

 

Até finais do séc. XIX, todos os agricultores e rendeiros eram obrigados ao pagamento dos foros. 

 

Assim o Mosteiro recebia dos moradores do seu couto os foros a que estavam obrigados: galinhas, vinho, azeite, dias de trabalho, cabras e ovelhas, eram formas de pagamento.

 

Durante o mês de Agosto e até ao dia de S. Mateus, as freiras de Semide recebiam as suas «rendas».

 

Muitos dos moradores pagavam com cabras e ovelhas.

 

Ora, como as freiras não tinham disponibilidade nem meios para manter tão grande rebanho, descobriram uma fórmula para cozinhar e conservar a respetiva carne, aproveitando o vinho que lhes era também entregue pelos rendeiros, o louro que tinham na sua quinta, bem como os alhos e demais ingredientes.

 

Surge, assim, a chanfana que era religiosamente guardada ao longo do ano nas caves frescas do mosteiro.

 

A carne assada no vinho mantinha-se no molho gorduroso solidificado, durante largos meses. 

 

 

Segundo outros, terá sido durante a terceira invasão francesa que as freiras inventaram esta fórmula gastronómica para evitar que os soldados franceses roubassem as cabras e as ovelhas da região.  

 

 

Há ainda uma outra versão que defende que a receita da chanfana nada tem a ver com o Mosteiro de Semide, mas apenas com as invasões francesas.

 

Diz-se, então, que, quando as tropas francesas andaram pela região da Lousã e de Miranda do Corvo, a população envenenou as águas para matar os franceses.

 

Mas era preciso cozinhar a carne habitualmente consumida (de cabra e de carneiro) e, como a água estava envenenada, utilizou-se o vinho da região. 

 

 

       A chanfana é confecionada com carne de cabra velha, revelando um enorme aproveitamento dos parcos recursos existentes na época.

       A cabra servia durante toda a sua vida para a subsistência  das famílias, procriando e dando leite, estrumando as terras.

       Quando já velha e sem utilidade procriadora era então abatida para consumo, sendo aproveitada a sua carne para a chanfana e as tripas para os negalhos.

       A sua pele era ainda curtida e utilizada na confeção de artefactos.

       A chanfana é um prato típico muito apreciado, não só no concelho de Miranda do Corvo como  praticamente em toda a região centro, sendo por isso servida na maioria dos restaurantes da zona.  

       De salientar que continua a ser o prato «obrigatório» quando decorrem as festas religiosas anuais no concelho. 

 

 

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Receita

 

Ingredientes:

- Carne de cabra velha;

- vinho tinto;

- alho;

- louro;

- sal. 

 

Modo de preparação:

- Corta-se a carne aos bocados, que se colocam numa caçoila de barro.

- Tempera-se com sal, cabeças de alho inteiras, colorau, pimenta e louro.

- Cobre-se com vinho tinto.

- Vai ao forno de lenha, previamente aquecido.

- Durante o tempo em que a Chanfana está a assar, normalmente cerca de 4 horas, a boca do forno deve manter-se completamente vedada com barro.

- Geralmente, a Chanfana confeciona-se na véspera de ser consumida.

- Assim, deixa-se ficar no forno até à hora de ser servida.

- Nessa altura, o barro é picado para se abrir a porta do forno.

- Serve-se, geralmente, com batata cozida e grelos.

 

Fonte: https://www.cm-mirandadocorvo.pt

Foto chanfana: não me lembro de onde recolhi