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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

31.05.20

««Tradições »» Regionalismos - Pataias e Montes, Alcobaça

Miluem

Património cultural das Freguesias que integram o Agrupamento de Escolas de Pataias.

 

A recolha dos regionalismos abaixo foi feita por alunos de uma turma do Agrupamento, nas Freguesias de Pataias e Montes, ambas pertencentes ao Concelho de Alcobaça.

 
Adorei os termos típicos.

Uns são de uso comum mesmo fora do Concelho de Alcobaça, eu cresci com eles e uso-os.

Escravunçar, empeçar, impingem, estrampalhado, destrambelhado, calhandreiro, picota, medrar, cruto, gravelhos.

Conheço o termo fezes, mas não o uso. Dos outros, conheço alguns mas com significados diferentes.

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Foto: https://m.facebook.com/PaginaDePataias/?__tn__=%2Cg

 

"Pataias

 

Escranvunçarmascarrar; pintar de preto.

Impigem: erupção cutânea.

Desmanchado: mal da barriga.

Estrampalhado: estragado.

Empeçar: tropeçar; emaranhar-se.

Destrambelhado: Disparatado; desnorteado.

Fardeiro/Fardeira: Pessoa coscuvilheira.

Calhandreiro/calhandreira: Pessoa coscuvilheira.

 

  

Montes (Alcobaça) 5.jpg

Foto: http://portugalfotografiaaerea.blogspot.com

 

Montes

 

Nesta freguesia existem termos linguísticos que, embora hoje já não sejam tão utilizados, faziam parte do vocabulário comum.

 

Para que fique o registo para as futuras gerações aqui deixamos alguns exemplos:

 
 

Campeza: avanço; balanço; dar campeza; dar avança.

Lampoga: chama brusca de fogo; o fósforo quando acende faz uma lampoga; a pólvora quando explode faz uma lampoga.

Sucho: desapertado; o nó da corda está desapertado; o nó da corda está sucho.

Pirum: andar encavalitado ás costas de alguém.

Cachimbar: tramar; não é referente a fumar cachimbo mas sim ao acto de tramar; já me cachimbaste; já me tramaste.

Fezes: não está relacionado com funções fisiológicas como é normalmente utilizado, mas antes como um termo de preocupação.

Ex: “tu não vinhas e eu já estava em fezes” ; tu não vinhas e eu já estava preocupado.

Picota: instrumento para tirar água dos poços.

Desquadrelhada: rapariga sem ancas.

Barbante: cordel fino.

Frouchel: pano cotão

Medrar : crescer.

Ilharga: ao lado.

Pinuca: nua.

Galhardinha: jeitosa.

Gravelhos: lenha miúda.

Calaceira: cobiça o que é dos outros.

Fardeira: que se mete na vida dos outros.

Ferrar o dente: falar mal dos outros.

Cruto: cimo ou topo.

Estornico: diarreia

Poliato: queda

Salviar: saltar.

Mercar: comprar.

Japoinas: nêsperas.

Patarecos: feijão verde.

Aguilhota: caruma do pinheiro.

Lançar fora: vomitar.

Lampejar: brilhar"


https://sites.google.com/site/patrimoniodepataias8oa/home/enquadramento

 

30.05.20

««Tradições »» História e receita do Licor de Leite da Marinha Grande

Miluem

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Foto: http://papinhadoce.blogspot.com

 

Licor de leite     

 

A origem do licor de leite remonta ao século passado.

 

Um marinhense produzia o saboroso licor, para consumo próprio e de alguns amigos.

 

Com o decorrer dos tempos, o licor começou a ganhar fama, tornando-se num dos produtos mais tradicionais da Marinha Grande.

 

Por volta dos anos 50, foi fundada a fábrica de Licores Coelho e Galo que se dedicava à produção deste delicioso licor. 


Em 1974 a patente foi vendida a outra empresa, fora da Marinha Grande, e o licor deixou de ter a fama que até aí angariou, deixando quase de ser produzido. 


Em 1979, um comerciante de Vieira de Leiria, aproveitando os conhecimentos que tinha, interessou-se pela produção do referido licor.


Desde então milhares de litros de licor têm sido produzidos segundo métodos tradicionais e destinados ao mercado nacional.


Presentemente o Licor de Leite da V****a é comercializado nos distritos de Leiria, Castelo Branco e zona de Torres Novas.

 

Ingredientes: 

. 0,5l leite    
. 0,5l de aguardente 
. 0,5kg de açúcar louro 
. 1 pau de canela  
. 1 casca de limão


Preparação:

Mistura-se o leite com a aguardente e o açúcar louro, junta-se a casca de limão e o pau de canela.

Deixa-se todo o preparado em fusão durante 24 horas.

Coloca-se um filtro numa garrafa e passa-se o preparado. 


Fonte: Tradições da Marinha Grande - Grupos do Google

 

30.05.20

Era não era @ Lenga-Lengas da cultura portuguesa

Miluem

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Era e não era andava na serra lavrando
Com um boi carrapato e outro calhandro
Meteu-se por um caminho
À procura d’um gibão que não tinha
Encontrou uma pereira carregada de avelãs
Foi lá para cima comer maçãs

Veio de lá o dono dos melões e disse:
– Quem é que manda comer uvas em faval alheio?
Acertou-lhe com um torrão na roda do joelho
Fez-lhe sangue no artelho
E por uma coisa de nada fizeram moer sete moinhos à pancada.

 

29.05.20

Fundão @ Lendas de Portugal - A Invenção dos Moinhos

Miluem

Foto: https://viagens.sapo.pt

 

A Invenção dos Moinhos

 

 

Em tempos muito antigos, o Diabo inventou os moinhos para fazerem farinha dos grãos do trigo, do centeio, da cevada e até da aveia. Farinha para se fazer o pão, no forno, e as papas, nas panelas.

 

Depois da obra acabada, o Diabo chamou Nosso Senhor para os ver.

 

Nosso Senhor foi apreciar os moinhos e, ao chegar às mós, fez uma cruz com um dedo nas galgas, as pedras de cima que rodam.

 

Ainda hoje todas as mós têm uma cruz.

 

Ao ir ver o que Nosso Senhor tinha feito, o Diabo, dando com os olhos na cruz, rebentou , desfazendo-se numa bola de vento e caiu para o inferno, que é a parte debaixo do moinho, onde estão as engrenagens que fazem andar a mó.

 

 

Fonte Biblio:  MATOS, Albano Mendes de Literatura Popular Tradicional na Gardunha s/l, Edição do Autor, 2004 , p.36

Ano: 1987 - Place of Collection: Alcaide, FUNDÃO, CASTELO BRANCO

Informante: Laura Saraiva (F), 97 y.o., born at Castelo Novo (FUNDÃO) CASTELO BRANCO,

Narrativa – Crença: Unsure / Uncommitted

CeAO - Centro de estudos Ataíde Oliveira

 

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