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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

21.02.20

Fevereiro primaveril

Miluem

Este mês fevereiro parece mais Primavera do que Inverno, espero que o ditado antigo não se concretize "Fevereiro quente, traz o Diabo no ventre".

A própria natureza não sabe o que pensar, as manhãs e noites estão frias, cai humidade, mas a meio do dia está um sol bem quente.

As árvores de fruto estão de novo adiantadas na floração como aconteceu no ano passado e as flores estão a apressar-se a abrir para espalharem as suas sementes.

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21.02.20

Arrabal, Leiria @ Lendas de Portugal - Pastorinha do Arrabal

Miluem

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Igreja do Arrabal

http://www.arrabal.pt/freguesia-patrimonio

 

Pastorinha do Arrabal

 

Era uma vez ... em tempos muito antigos, estava uma menina a pastorear o seu rebanho de algumas cabras.

Era um dia de canícula pesada, um daqueles dias em que a própria camisa é roupa demais para se trazer vestida.

E a menina pastora tinha sede. Tinha muita sede e, como não tinha ali água para se dessedentar, nem havia fonte próxima, a pequenina pastora chorava.

Chorava com sede e ninguém lhe acudia.

Eis se não quando uma fada muito branca, envolta em uma nuvem ainda mais branca, se aproximou da pastorinha que chorava e lhe perguntou:

    "Que tens tu, pastorinha, para chorares tanto?"

     "Choro porque tenho sede, muita sede, e aqui não há água para beber."

     "E porque não vais a tua casa beber água?"

     "Não vou a minha casa beber água porque o meu pai bate-me, como já me tem batido de outras vezes por eu ir a casa. Ele não quer que eu deixe o gado sozinho."

     "Então vai a casa - lhe diz a fada - e leva as cabrinhas à tua frente. Lá bebes água e voltas ao pascigo."

     "O meu pai só quer que eu saia com o gado de manhãzinha, que traga a merenda e que regresse pouco antes do lusco-fusco. E, se assim não fizer, o meu pai bate-me."

     "Então, olha! Lhe disse a fada. Levanta aquela pedra, que ali está, e lá encontrarás água para beber."

A pastorinha que tinha muita sede e que chorava por não ter água para beber, foi levantar a pedra, como lhe tinha mandado a boa fada, e lá encontrou água muito fresca, pura e cristalina, que a menina pastora bebeu, até ficar saciada. E a pastorinha deixou de chorar, e, já sorridente, olhou, com alegria, as suas cabrinhas a pastar sob o sol tórrido daquele dia de Verão.

E voltando o seu olhar agradecido para a boa fada que lhe matara a sede, já não a viu. Nunca mais a viu, mas também nunca mais a esqueceu.

 

(in Anais do Município de Leiria, João Cabral)