Alfândega da Fé @ Lendas de Portugal - Lenda do Frei João Hortelão
Lenda do Frei João Hortelão
Conta o povo que Frei João Hortelão, antes de ingressar num convento em Espanha, foi Pascoal, guardador de gado. Nascido em Valverde, foi trabalhar para Eucísia, posteriormente e para fugir aos maus tratos dos patrões foi viver para o Felgar.
Conta-se que atravessa o rio sabor para assistir à missa, deixando o gado à volta do seu cajado e quando regressava o gado encontrava-se no mesmo local.
O Patrão, tendo tomado conhecimento disso, proibiu-lhe a ida à missa e ordenou ao barqueiro que não o transportasse na barca.
Tal não o impediu de atravessar o rio e continuar a sua missão, servindo-se para este efeito da capa que estendia sobre o rio ,fazendo as vezes de um barco.
Diz-se que no local onde deixava o gado cresceu uma cornalheira de dimensões fora do vulgar, transformada em árvore frondosa, cuja folhagem se mantém verde durante todo o ano.
Frei João emigra para Espanha e entre num convento em Castela.
Foi aí que foi batizado com o nome de Frei João Hortelão, uma vez que cuidava da horta, com tanto esmero e habilidade que até conseguia afastar os pássaros das sementes das hortaliças.
Mas o facto mais espantoso atribuído a esta figura mítica é a conceção da Cruz Processional de Valverde.
Uma peça de ourivesaria religiosa de elevado valor e que, segundo reza a lenda, terá sido feita com pedacinhos de prata que ia guardando na ourivesaria onde trabalhava.
A cruz foi trazida e oferecida á sua aldeia natal e ainda hoje aí existe.