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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

14.10.19

Programa de rastreio

Miluem

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Todos os anos nas traseiras do Centro de Saúde mais perto da Parvalheira está estacionada durante bastante  tempo,  uma unidade móvel do IPO como esta.

 

De 2 em 2  anos,  as pessoas entre os 50 e os 69 anos, recebem uma carta convite com o dia e hora a que se devem dirigir à unidade.

 

É-lhes também pedido que, caso não estejam interessadas no rastreio ou se o dia e a e hora não forem convenientes para fazerem o favor de telefonar.

 

Penso que após 2 recusas de comparência ao rastreio não voltam a ser contactadas.

 

O rastreio é gratuito, as unidades móveis têm todas as condições, de higiéne, de privacidade, têm  ar condicionado, 2 vestiários individuais.

 

Nota: Não sei se estes rastreios são só para senhoras.

 

14.10.19

Mougadouro @ Lendas de Portugal - A lenda dos tremoços

Miluem

Foto: http://asleguminosas.blogspot.com/p/tremoco.html

 

A lenda dos tremoços

 

Maria e José, para furtarem o Menino à fúria de Herodes, seguiram temerosos, de alma dorida, sem compreenderem como é que um rei tão tirano podia odiar de morte aquele Ser tão pequenino tão indefeso e tão inocente que apenas tinha como abrigo os braços de sua Mãe e a protecção de um pobre carpinteiro que tinha por únicas armas as suas ferramentas de ofício.

A cada ruído que ouviam por pequeno que fosse como o cair de uma folha ou o rastejar de um pequeno réptil julgavam ouvir os passos dos soldados.

Procuravam portanto evitar os caminhos mais transitáveis e atravessavam por sítios onde não ficassem pegadas que denunciassem a sua passagem.

A certa altura da caminhada embrenharam-se por um campo de tremoços.

Como se sabe o tremoceiro quando esta seco e ainda com o tremoço dentro da vagem faz um barulho dos demónios comparável ao de um enorme ruge-ruge, daqueles que se compram para os bebés.

Ao atravessarem o tremoçal, o barulho era de tal ordem que, Maria, dorida e receosa, a quem o medo tornava um pouco impaciente, teria dito para José:

     — Estas malditas ervas fazem tanto barulho, que, se os soldados passam por aqui perto, vão ouvir e somos apanhados.

     Depois, dirigindo-se aos tremoços, disse:

     — Ó ervinhas, peço-vos que não façais barulho, senão sereis amaldiçoadas e o vosso fruto não matará a fome a ninguém, por mais que comam.

Os tremoços continuaram com o mesmo barulho, e daí a razão por que esse fruto, que é tão apreciado como aperitivo e tão comum nas festas de baptizados e casamentos, não sacia o apetite a ninguém.

Quantos mais se comem, mais se querem comer, sem nunca sentirmos o estômago cheio.

 

Fonte Biblio: OLIVEIRA, Casimiro Raízes: Poesia, Contos e Lendas Mogadouro,

 Associação Cultural e Recreativa de Soutelo, 1998 , p.75-76

Place of collection: Soutelo, MOGADOURO, BRAGANÇA

Narrativa – When: XX Century, 90s - Crença: Unsure / Uncommitted.

Centro de Estudos Ataíde Oliveira