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As coisas de que eu gosto! e as outras...

Bem-vind' ao meu espaço! Sou uma colectora de momentos e saberes.

As coisas de que eu gosto! e as outras...

29.09.19

Sátão @ Lendas de Portugal - Lenda da Moura da Serra da Pedra da Maia

Miluem

Foto: www.jornaldocentro.pt

Lenda da Moura da Serra da Pedra da Maia

Ali, entre a Ribeira de Cima e a Ribeira de Baixo, na freguesia do Sátão, rodeada pelas povoações das Pedrosas, Pedrosinha, Pereiro, Vila Cova, Samorim, Muxós, Avelosa e Contige, destaca-se uma pequena serra a que chamam Serra da Pedra da Maia, e que separa as àguas que correm para o rio Vouga das que fluem para o Mondego.

Actualmente, está completamente florestada.

Mas, noutros tempos, ainda não muito recuados, era terreno baldio, onde não havia vegetação e onde retouçavam rebanhos de ovelhas e de cabras, então um dos sustentáculos da economia dos povos em redor.

E no cimo dessa serra, bonito miradouro, erguia-se uma grande pedra, de seixo branco, que se descortinava de perto e de muito longe.

Era a Pedra da Maia, nome que emprestou à serra que coroava, o seu nome completo: Serra da Pedra da Maia, que ainda hoje se conversa.

Ora diziam os antigos que ali estava escondida uma moira encantada, que, por artes mágicas (Maga-Maia), lá se escondem quando os Moiros, pela última vez, se retiraram para não voltarem.

Só os cavaleiros podiam fugir dos cristãos.

Os outros, que os não puderam acompanhar na retirada, veloz ou precipitada, ficaram para servos da gleba, ou então, esconderam-se, com os seus tesouros, na esperança de os seus correligionários um dia poderem regressar e os restituirem à liberdade e à posse dos seus haveres.

Ficou assim a tradição dos tesouros escondidos, a enfeitiçar cabeços como outros "Outeirinhos das Pombas".

Jovens donzelas, formosas e enamoradas, criaram a lenda das moiras encantadas.

De manhã, diziam, ao nascer do sol, ela lá estava, na sua varanda da Pedra da Maia, a pentear-se todos os dias, à beira do grande penedo.

Mas, se iam espreitá-la, logo se sumia e como se volatizava pelas suas artes mágicas.

E de noite, ao luar, dizia canções orientais, que, em surdina, a aragem trazia e o silêncio nocturno para longe transportava.

A Pedra da Maia guardou, por muitos séculos, este sortilégio sobre os campos das Pedrosas e da Ribeira.

Mas, um dia, um proprietário, insensível a estas coisas e talvez na mira de encontrar tesouros, com uma carga de dinamite estroncou a grande pedra, dizem que para fazer uma eira.

Se algumas calçadas falassem...

A pedra foi destruída pela insensatez dos homens.

Mas a lenda essa ficou. E ainda hoje, haverá crianças que, ao acordarem, são capazes de olhar lá para cima, a ver se conseguem surpreender a moira a pentear os seus lindos cabelos, na varanda da Serra da Pedra da Maia.

 

 

Fonte Biblio: SOUSA, Albano Martins de Terras do Concelho de Sátão Sátão, Câmara Municipal do Concelho de Sátão, 1991 , p.344-345

Place of collection: -, SÁTÃO, VISEU, Narrativa - When: XX Century, 90s - Crença: Unsure / Uncommitted

Centro de Estudos Ataíde Oliveira

29.09.19

Torres Vedras @ Lendas de Portugal - A Lenda da Cova da Moura (2 lendas diferentes)

Miluem

Foto: https://pedra-covadamoura.blogs.sapo.pt

 

A Lenda da Cova da Moura - I

Era uma vez uma moura que costumava dar pão a uma menina muito pobre.

Um dia a moura deu-lhe um cesto tapado com um pano e disse-lhe para não abrir até chegar a casa, mesmo que tivesse curiosidade.

Mas mesmo assim, a menina a meio do caminho para casa, tirou o pano e lá dentro estavam besouros que voaram.

Quando a menina chegou a casa estava dentro do cesto uma moeda de ouro.

Era um besouro que não tinha fugido e que se transformou numa moeda de ouro.

Se a menina não tivesse tido curiosidade teria mais moedas de ouro.

 

Fonte  Biblio:  MORGADO, Isabel Viagens ao Imaginário Torres Vedras,

Centro de Formação das Escolas de Torres Vedras, 1999 , p.40

Place of collection:  TORRES VEDRAS, LISBOA, Narrativa - When XX Century, 90s - Crença: Unsure / Uncommitted

Centro de Estudos Ataíde Oliveira

 

A Lenda da Cova da Moura - II

 

A “cova da moira” existe na Rocha desde o princípio do mundo.

Antigamente, no tempo dos reis, os moiros tinham medo das lenhas porque pensavam que os lenhadores que levavam as lenhas eram soldados.

Por isso, escondiam-se numa cova ali perto.

Chamaram-lhe a “Cova da Moira”.

Depois, ao pé de uma fonte, uma empregada foi lavar a roupa.

E, uma moira que estava no carvalho alto disse-lhe:

- “Bolo de Borralho, bolo de borralho”.

A empregada deixou um bolo de borralho no sítio onde lavava no rio.

A moira, para lhe agradecer, pôs um gafanhoto dentro do pano que, passado uns tempos, se ia transformar em libras.

A empregada quando lá foi, assustou-se e sacudiu o pano. Foi para casa, mas houve um que não saiu e, no pano, havia uma libra.

A moira disse:
 - “Ai não queres? Arriba, arriba!”

Quando a empregada lá chegou, já não tinha nada.

 

Fonte Biblio: MORGADO, Isabel Viagens ao Imaginário Torres Vedras,

Centro de Formação das Escolas de Torres Vedras, 1999 , p.40

Place of collection: TORRES VEDRAS, LISBOA, Informante: Fernanda Canoa (F), 45 y.o., Narrativa  - When XX Century, 90s - Crença: Unsure / Uncommitted

Centro de Estudos Ataíde Oliveira

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